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Otan é hoje tão importante como na Guerra Fria, diz Merkel

27 de novembro de 2019

Em resposta a críticas de Macron, chanceler federal alemã faz ferrenha defesa da Aliança Atlântica e afirma que Europa não tem capacidade de se defender sozinha.

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Merkel durante discurso no Parlamento alemão
Merkel durante discurso no Parlamento alemãoFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, fez nesta quarta-feira (27/11) uma acirrada defesa da Otan, em resposta indireta às críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, à Aliança Atlântica.

Ela afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte é hoje pelo menos tão importante como nos tempos da Guerra Fria, e prometeu aumentar a colaboração financeira que a Alemanha dá à aliança para 2% do PIB até 2030.

"A preservação da Otan é de nosso interesse, pelo menos tanto quanto foi durante a Guerra Fria", disse a premiê ao Parlamento alemão, após se referir à aliança como "bastião de paz e liberdade" das últimas sete décadas. "Neste momento, a Europa é incapaz de se defender sozinha", completou.

A forte defesa do bloco por parte de Merkel é feita depois de Macron ter dito que a aliança estava sofrendo de "morte cerebral". Em entrevista à revista Economist, no início de novembro, o chefe de Estado francês denunciou falta de coordenação entre a Europa e os EUA e lamentou a recente ação unilateral na Síria por parte da Turquia, um membro-chave da aliança. Merkel reagiu então com veemência incomum, rebatendo o que descreveu como "julgamentos desnecessários".

Apesar de não se referir diretamente aos comentários de Macron em seu discurso ao Parlamento, Merkel abordou a crítica do líder francês. A Turquia é um "parceiro difícil" na Otan, reconheceu, mas observou que ser um parceiro significa também ser capaz de expressar diferenças de opinião. "Digo que a Turquia deve continuar a ser membro da Otan, porque é de importância estratégica para a aliança que a Turquia faça parte dela", argumentou Merkel.

A tempestade sobre a Otan surge no momento em que a aliança celebra sete décadas desde a sua fundação. O presidente americano, Donald Trump, se queixa repetidamente do que considera uma baixa despesa dos aliados europeus com a defesa. Na cúpula da Otan de 2018 em Bruxelas, Trump chegou a criticar publicamente Merkel por não ter feito o suficiente nessa questão.

Em 2014, os membros da Otan concordaram em avançar para aumentar os gastos em defesa para 2% do PIB até 2024. Sob Trump, os EUA se tornaram particularmente críticos em relação aos gastos com defesa da Alemanha, que tem a maior economia da Europa.

Nesta quarta-feira, Merkel disse que os gastos da Alemanha aumentaram de 1,18%, no momento da decisão de 2014 para 1,4% no ano seguinte. A meta é chegar a 1,5% até 2024, e a Alemanha atingirá os 2% no início de 2030, garantiu.

RPR/dpa/afp

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