1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Otan pede fim dos ataques aéreos na Síria

28 de fevereiro de 2020

Aliança expressa solidariedade a Ancara e condena bombardeios em Idlib que mataram 33 soldados turcos. Secretário-geral conclama Rússia e Síria a cessar ofensiva, em meio ao agravamento das tensões entre os países.

https://p.dw.com/p/3YbbG
Moto com dois homens sírios aguarda para atravessar rodovia onde passam veículos militares da Turquia
Turquia apoia os grupos rebeldes na Síria, enquanto as forças do regime de Assad são apoiadas pela RússiaFoto: Getty Images/AFP/A. Al-Atrash

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) condenou nesta sexta-feira (28/02) o ataque aéreo contra soldados turcos na Síria e expressou solidariedade à Turquia pelos 33 mortos na quinta-feira. Após uma reunião especial da aliança militar, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, apelou para que os governos sírio e russo interrompam a ofensiva nas áreas rebeldes da província de Idlib, na Síria, que já deixou dezenas de mortos e quase 1 milhão de desabrigados.

"Dissemos muito claramente que estamos pedindo à Rússia e ao regime de [Bashar] al-Assad que parem ataques aéreos indiscriminados e apoiem os esforços liderados pela ONU por uma solução política pacífica para a crise na Síria", disse Stoltenberg.

Os embaixadores dos 29 países aliados se encontraram depois que o ministro do Exterior da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, pediu na noite de quinta-feira um encontro nos termos do artigo 4 do Tratado de Washington, invocado quando um país tem sua integridade territorial, sua independência política ou sua segurança ameaçadas.

"A reunião de hoje é um sinal de solidariedade com a Turquia", disse Stoltenberg, enfatizando que o país é o aliado "mais afetado pelo terrível conflito na Síria, o que sofreu mais ataques terroristas e que é lar de milhões de refugiados".

O secretário-geral afirmou ainda que a Otan continua apoiando Ancara "com um leque de medidas, incluindo um reforço das suas defesas antiaéreas, o que ajudará a Turquia contra a ameaça de ataques de mísseis a partir da Síria".

Stoltenberg deixou claro que é necessário reduzir a tensão para evitar o agravamento da "horrível situação humanitária na região" e permitir acesso humanitário urgente às pessoas presas em Idlib. Ele também pediu o retorno imediato do cessar-fogo de 2018.

A Rússia segue fiel às ações do regime de Assad. "Em resposta às constantes violações do regime de cessar-fogo na área de Idlib, o Exército sírio tem todo o direito de responder, esmagar os terroristas", disse o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov.

Lavrov, o Ministério da Defesa e o Kremlin reafirmaram que a Rússia não pode ser responsabilizada pelo ataque mortal da Síria às unidades turcas, já que Ancara não havia alertado sobre sua presença na zona de bombardeios. O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, desmentiu a informação.

A Rússia frisou que, depois de ter conhecimento das baixas entre os militares turcos, tomou medidas para alcançar um cessar-fogo pelo Exército sírio e garantir a retirada de soldados mortos e feridos.

Há semanas, Rússia e Turquia tentam, sem sucesso, obter um consenso sobre como interromper a escalada naquela província do nordeste da Síria. Nesta sexta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reiteraram em conversa por telefone a "necessidade de fazer todo o possível para cumprir os acordos" e tomar "medidas adicionais para normalizar a situação" em Idlib, informou o Kremlin.

Desde o início de dezembro, Idlib é alvo de uma campanha militar feroz por forças leais ao governo sírio, apoiadas por bombas aéreas da Rússia. Idlib é a última fortaleza rebelde e jihadista na Síria.

Nas últimas semanas, a província foi palco de confrontos entre a Turquia, que apoia os grupos rebeldes, e as forças do regime sírio, apoiadas por Moscou. As recentes mortes marcam uma grave escalada no conflito direto entre os dois países. Nesta sexta-feira, a Turquia sugeriu que não vai mais conter refugiados a caminho da Europa, como vinha fazendo desde 2015, após um acordo firmado com a União Europeia. 

LE/efe/lusa

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 
App | Instagram | Newsletter