Os destaques da música pop alemã em 2014
Entre bandas consagradas, música experimental e uma nova onda sonora, 2014 foi um ano em que artistas promissores chegaram à maturidade e a música pop apontou para um futuro promissor.
"Libertatia" - Ja, Panik
Em seu último disco, o Ja, Panik se libertou de todas as amarras que envolviam seu competente indie rock para criar um álbum surpreendente e descompromissado. "Libertatia" é uma utópica colônia fictícia criada em Madagascar no final do século 17, mas também um mistura de ritmos (new wave, soul, pós-punk e sintetizadores) e idiomas (alemão, inglês, francês). Não deixe de ouvir "Dance de ECB".
"Ein leichtes Schwert" - Judith Holofernes
Antes de se tornar vocalista do Wir Sind Helden, Judith Holofernes já havia lançado um disco solo, em 1999. Mas "Ein leichtes Schwert" é sua estreia na maturidade. A berlinense consegue fazer um disco tão charmoso quando sua singular voz e, as letras em alemão são pequenos contos sobre amor e decepção temperados com guitarras, teclados e até acordeão. Não deixe de ouvir "Pechmarie".
"Streetlife" – Von Spar
Com mais de dez anos de estrada, o Von Spar chega ao seu quarto disco sendo aclamado por ícones da música alemã, como Irmin Schmidt e Jaki Liebezeit do Can. "Streetlife" faz jus à tradição musical de Colônia e funde criativamente Krautrock, ambient pop e os sensíveis vocais dos convidados Marker Starling, Ada e Scout Niblett. Não deixe de ouvir "Chain of command".
"In Schwarz" – Kraftklub
O novo disco dos meninos de Chemnitz pode soar como mais do mesmo, mas prova que a formula de misturar guitarras pungentes, ao estilo de bandas como Bloc Party e The Hives, com um vocal rap cheio de ironia e letras em alemão ainda funciona muito bem. "In schwarz" ironiza o sucesso do primeiro disco da banda e traz ótimas canções. Não deixe de ouvir "Unsere Fans".
"Nackte Angst zieh dich an wir gehen aus" – Jens Friebe
O novo disco de Jens Friebe trata de extremos. Temas como o fim do mundo, da vida, da perspectiva revolucionária se misturam com sua capacidade de unir diferentes influências e criar uma sonoridade única. "Nackte Angst zieh dich an wir gehen aus" é uma combinação de rock, pop, punk e schlager. Não deixe de ouvir "(I am not born) for plot-driven porn".
"Zum Glück in die Zukunft II" – Marteria
Há algo singular no hip hop feito em Berlim. A cadência do rap mistura a linguagem das ruas com batidas que englobam as influências multiculturais da cidade, além de um tempero dançante. Antes de ingressar no mundo da música, Marteria foi modelo e jogador de futebol. O bem sucedido "Zum Glück in die Zukunft II" colocou o rapper no primeiro time do gênero na Alemanha. Não deixe de ouvir "OMG!".
"Close to the glass" – The Notwist
Depois de um hiato de seis anos, o novo disco do The Notwist é um casamento cativante e imprevisível de uma elaborada programação eletrônica com instrumentos tocados com experiência e paixão. Formado no final dos anos 1980 pelos irmãos Markus e Michael Archer, a banda da Baviera ainda é um dos grupos alemães de maior sucesso no circuito alternativo internacional. Não deixe de ouvir "Kong".
"Abandoned City" – Hauschka
A nova empreitada de Volker Bertelmann, também conhecido como Hauschka, é um disco conceitual, no qual cada faixa ganhou o nome de uma cidade abandonada ao redor do mundo. "Abandoned City" pode ser encarado como a trilha sonora desses lugares esquecidos pelo tempo e pelas pessoas – ou apenas como um bom disco para quem gosta de música eletrônica. Não deixe de ouvir "Agdam".
"Howl" – Mighty Oaks
Mighty Oaks é um produto tipicamente berlinense. O trio formado pelo italiano Claudio Donzelli, o inglês Craig Saunders e o canadense Ian Hooper tem visual hipster lenhador, faz um emocional indie folk "alternativo" e ganhou notoriedade primeiramente na internet. "Howl" levou o grupo para a parada de sucessos na Alemanha, na Áustria e na Suíça. Não deixe de ouvir "Seven days".
"Keine Bewegung" (Compilação)
Há uma dose excitante de ironia por parte da gravadora Staatsakt ao chamar sua coletânea de "Keine Bewegung" (Sem movimento). Essas 15 canções mostram que a música alternativa alemã está se movendo em novas direção, buscando inspiração no passado e olhando para o futuro. Além das ótimas faixas de Trümmer, Zucker, Messer (foto) e Die Nerven, não deixe de ouvir "Pisse", do Schnipo Schranke.