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OMS batiza variantes do coronavírus com alfabeto grego

1 de junho de 2021

Para evitar estigmatização e discriminação, Organização Mundial da Saúde lança novo padrão para nomear cepas do Sars-CoV-2. Variante brasileira passa a se chamar gama.

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Ilustração do SARS-CoV-2
Foto: Reuters/CDC

A Organização Mundial da Saúde anunciou nesta segunda-feira (31/05) um novo padrão para nomear as variantes do coronavírus. As novas cepas deverão ser chamadas por letras do alfabeto grego e não mais identificadas por meio do local onde foram detectadas pela primeira vez.

Segundo a OMS, a mudança quer evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde essas variantes foram detectadas. A padronização também visa simplificar o tema. Cientistas criticavam, por exemplo, que eram utilizados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul possuía, incluindo B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.

Com a mudança, a variante britânica passa a ser chamar oficialmente alfa; a sul-africana, beta; a brasileira, gama; e as indianas, de capa e delta.

A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem a associar novas cepas ao local onde foram detectadas pela primeira vez. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.

Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-CoV-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costuma chamar o novo coronavírus de "o vírus da China", como uma forma de tentar culpar o país rival pela pandemia.

O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC 1, VOC2, e assim por diante.

Associação ao local de origem

Historicamente vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser prejudicial e impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918, cujas origens são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos surgiram no estado do Kansas, nos Estados Unidos.

"Nenhum país deve ser estigmatizado por detectar e reportar variantes do coronavírus", afirmou Maria Van Kerkhove, chefe técnica de resposta à covid-19 da OMS.

Nos Estados Unidos, asiáticos sofrem discriminação e ataques no início da pandemia. Ativistas culparam Trump por alimentar esses sentimentos e atitudes ao fazer associações com o coronavírus e a China.

cn (Reuters, AP, Lusa)