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OMS aprova uso emergencial da Covaxin

3 de novembro de 2021

Entidade conclui que benefícios da vacina indiana superam os riscos. Aprovação abre caminho para que imunizante seja enviado a países de baixa renda e para que indianos vacinados com a Covaxin possam viajar ao exterior.

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Frasco da vacina indiana Covaxin
A Covaxin, da indiana Bharat Biotech, é feita a partir de uma forma inativada do coronavírus e requer duas dosesFoto: Pradeep Gaur/Sopa/Zuma/picture alliance

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (03/11) que aprovou o uso emergencial da Covaxin, vacina contra a covid-19 da farmacêutica indiana Bharat Biotech. A aprovação emergencial do primeiro imunizante desenvolvido pela Índia – e que está em uso há meses – abre caminho para que ele seja aceito em muitos países de baixa renda.

"O Grupo de Aconselhamento Técnico determinou que a vacina Covaxin atende aos padrões da OMS para proteção contra a covid-19, que o benefício da vacina supera em muito os riscos e que a vacina pode ser usada", disse a OMS em mensagem divulgada em sua conta oficial no Twitter.

Era esperado que o grupo consultivo da OMS tomasse uma decisão sobre a Covaxin na semana passada, mas os avaliadores pediram por esclarecimentos adicionais à Bharat Biotech antes de conduzirem uma análise final sobre os riscos e os benefícios para um possível uso global do imunizante.

A vacina da farmacêutica indiana também foi examinada pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS, que recomendou seu uso em duas doses, com intervalo de quatro semanas, em indivíduos com mais de 18 anos.

A Covaxin, que no Brasil está no centro de um escândalo de compras de vacina pelo governo federal, tem uma taxa de eficácia de 78% e é feita a partir de uma forma inativada do coronavírus.

A Bharat Biotech começou a compartilhar dados com a OMS no início de julho. A empresa sediada em Hyderabad desenvolveu a Covaxin em parceria com um órgão de pesquisa do Estado indiano. A Bharat Biotech relatou em comunicado que estabeleceu a produção da Covaxin para atingir uma capacidade anual de 1 bilhão de doses até o final de 2021.

A Covaxin é a sétima vacina contra a covid-19 a receber a aprovação de uso emergencial da OMS. As outras são as duas vacinas que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro – Pfizer/BioNTech e Moderna – e os imunizantes vetoriais de adenovírus desenvolvidos pela AstraZeneca e Johnson & Johnson, além das chinesas de vírus inativado da Sinovac Biotech (a Coronavac) e da Sinopharm.

O que significa a aprovação?

A aprovação de uso emergencial é irrelevante para países e regiões que têm seus próprios órgãos reguladores, como o Brasil, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, que podem realizar seus próprios testes e tomar suas próprias decisões sobre a segurança de uso.

Mas muitos países que não podem arcar com os custos de um regulador abrangente acabam por estruturar suas decisões regulatórias com base nas orientações da OMS – e para esses países, a Bharat Biotech pode agora enviar seu imunizante.

A aprovação também significa que a Covaxin pode ser aceita como uma vacina válida para milhões de indianos que a receberam e querem viajar para fora do país. Omã, na semana passada, e Austrália, na última segunda-feira, comunicaram que reconhecerão a Covaxin como uma vacina válida para viajantes.

No Brasil, a Covaxin esteve entre os imunizantes contra a covid-19 adquiridos pelo governo, mas o Ministério da Saúde acabou cancelando o contrato de compra em julho, depois que a vacina se tornou o objeto central de um escândalo com suspeitas de superfaturamento e corrupção.

Um dos principais alvos da CPI da Pandemia, a compra da Covaxin levantou suspeitas por envolver uma atravessadora, a Precisa Medicamentos, e vacinas compradas por um preço bem superior a de outros imunizantes de laboratórios mais conceituados. Segundo um denunciante, houve pressão de altos membros da pasta para que o contrato fosse aprovado. 

pv/ek (Reuters, DPA, AFP)