Obama
24 de julho de 2008Depois de ter se reunido durante esta quinta-feira (24/07) com a premiê alemã, Angela Merkel, com o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, e ter passado 17 minutos com o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, Obama discursou em frente à Coluna da Vitória, no centro da cidade, para um público de aproximadamente 200 mil pessoas.
Ovacionado no início do "comício" por salvas de palmas e palavras de ordem como "yes, we can" (sim, nós podemos), o senador de Illinois e pré-candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA começou seu discurso conclamando "os povos do mundo a olharem para Berlim", numa clara alusão à frase lendária de Ernst Reuter (1889–1953), ex-prefeito da cidade no pós-guerra.
Parceria transatlântica
Obama lembrou que em Berlim nasceu o Plano Marshall para a reconstrução da Alemanha e que na cidade então dividida foram enfrentados os desafios da Guerra Fria. Nas palavras do candidato norte-americano, o mundo deveria voltar os olhos para Berlim, "onde o Muro caiu e onde um continente se uniu". A capital alemã, segundo Obama, "conhece mais do que todas as cidades o sonho da liberdade".
Além de relembrar o passado da Berlim dividida, Obama afirmou ainda que "chegou a hora de construir novas pontes", lembrando a necessidade de que as parcerias transatlânticas entre os países europeus e os EUA sejam novamente acentuadas.
Apesar das divergências de opinião, "europeus e americanos vão precisar fazer mais" em prol das boas relações, observou o senador. "Precisamos de aliados que ouçam uns aos outros, aprendam uns com os outros e confiem uns nos outros", disse o político norte-americano, concluindo que os EUA "não têm nenhum outro parceiro melhor que a Europa".
"Obamania"
Após lembrar o fim da Cortina de Ferro e do apartheid sul-africano, Obama defendeu a necessidade de derrubar "outros muros" entre os povos do mundo, erigidos hoje por questões étnicas, econômicas ou religiosas. "A história ensina que esses muros podem ser derubados, mas só à custa de um trabalho árduo", observou o candidato.
Horas antes do início do discurso de Obama, milhares de pessoas já se reuniam na avenida onde ele viria a falar para o população de Berlim. Dois telões imensos foram instalados, a fim de fazer com que o senador norte-americano pudesse ser visto pelo público presente. Vários vendedores ambulantes ofereciam um arsenal de objetos do que a mídia começou a chamar de "obamania" na cidade: camisetas, bonés e buttons, entre outros.
Segurança máxima
No Hotel Adlon (localizado nas proximidades do Portão de Brandemburgo), onde Obama está hospedado, nada menos que 700 policiais se ocupam da segurança do político. No decorrer do dia, um pequeno pacote causou inquietação nos funcionários do hotel, até ser examinado detalhadamente pela polícia, que chegou à conclusão de que não se tratava de explosivos.