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O Brasil na imprensa alemã (04/01)

4 de janeiro de 2023

Jornais da Alemanha repercutem visita do presidente alemão ao Brasil e falam em recomeço das relações bilaterais sob Lula, com expectativa de parceria na luta contra a crise climática. Funeral de Pelé também é destaque.

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier
Steinmeier foi recebido por Lula um dia antes da posseFoto: Guido Bergmann/Bundesregierung/picture alliance/dpa

Tagesspiegel – "Precisamos do Brasil": Steinmeier se mostra confiante após encontro com Lula (01/01)

Após um encontro com o novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, atribuiu ao Brasil um importante papel nas relações internacionais.

"É bom saber que o Brasil voltou para o palco internacional", disse Steinmeier imediatamente após a posse de Lula em Brasília. "Nós precisamos do Brasil", afirmou, ao ser questionado sobre o interesse da Alemanha no sucesso de Lula.

"Precisamos de uma liderança política brasileira que desempenhe seu papel, não somente na cooperação econômica, mas também na proteção climática mundial." Ele disse que constatou com alegria que Lula quer desempenhar exatamente esse papel. [...]

O presidente alemão se encontrou com o político de esquerda Lula pouco depois de chegar em Brasília, no sábado à noite. "Depois da conversa, também tenho a impressão que a confiança se justifica no que diz respeito ao desenvolvimento das relações comerciais entre América do Sul e Europa", disse Steinmeier no domingo.

Segundo ele, Lula deixou muito claro que reverterá a decisão de Bolsonaro e retomará as negociações sobre o acordo comercial com o Mercosul.

Tagesschau – Ofensiva de charme a Lula (02/01)

No início, foi tudo um pouco caótico. A decolagem de Berlim foi adiada várias vezes por algumas horas. O motivo: ainda não estava certo se o encontro do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva iria ocorrer um dia antes de sua posse ou somente no dia seguinte.

No fim, o encontro deu certo ainda no ano passado. Steinmeier conversou com Lula por uma hora, um dos poucos que teve esse privilégio antes da posse.

A Alemanha lançou uma ofensiva de charme. Após anos difíceis sob a presidência de Bolsonaro, o governo alemão quer um recomeço das relações bilaterais entre a Alemanha e a maior economia da América do Sul.

O Brasil seria um parceiro importante na luta contra as mudanças climáticas. A Alemanha tem grande interesse no sucesso de Lula, por exemplo, no combate ao desmatamento ilegal e – ainda – legal da Amazônia.

Steinmeier convidou a ministra alemã do Meio Ambiente, Steffi Lemke, para a viagem. Enquanto Steinmeier estava reunido com Lula, Lemke teve uma reunião com a indicada para comandar o Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva. O encontro deveria durar meia hora, mas as duas mulheres evidentemente tinham muito a conversar: elas se separaram apenas depois de 90 minutos.

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O presidente brasileiro quer colocar a proteção da Amazônia e a luta contra as mudanças climáticas em primeiro plano no seu futuro governo. Na Conferência do Clima, em novembro, Lula disse que a segurança climática depende da proteção da Amazônia.

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A Floresta Amazônica é considerada um importante reservatório de CO2. Estende-se por nove estados brasileiros e tem aproximadamente o tamanho da Europa Ocidental. Sua proteção será uma tarefa gigantesca para o novo governo brasileiro.

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A proteção das florestas não é apenas uma questão de novas leis. Elas também precisam ser aplicadas. E isso é um empreendimento audacioso nesse território imenso.

Em Brasília, o presidente alemão disse que a Alemanha quer ajudar a proteger [a Amazônia].

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A visita ao Brasil é apenas o começo de uma ofensiva de charme alemã ao, certamente, país mais importante da América do Sul. Em poucas semanas, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, quer visitar o novo presidente Lula e reafirmar o apoio alemão aos seus planos.

Der Spiegel – Brasil presta a última homenagem a Pelé (04/01)

A lenda brasileira do futebol Pelé encontrou seu último descanso depois de um cortejo fúnebre de várias horas pelas ruas da cidade portuária de Santos. Policiais militares em uniformes de gala levaram o caixão ao cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, como se viu na TV Globo. Ali, o tricampeão seria sepultado numa cerimônia exclusiva para sua família.

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Antes, o caixão foi colocado em cima de um caminhão de bombeiros e conduzido pelas ruas de Santos. Muitos fãs aclamaram o cortejo e balançaram bandeiras do Santos, clube de longa data de Pelé. [...]

Dezenas de milhares de fãs de Pelé se despediram dele no estádio do Santos desde segunda-feira. O corpo da estrela mundial foi velado por 24 horas no meio do campo do Estádio Urbano Caldeira. Mais de 230 mil fãs passaram pelo local, segundo o portal de notícias G1. Entre eles, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Fifa, Gianni Infantino, prestaram a última homenagem ao jogador excepcional.

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A Fifa anunciou que iria pedir aos seus membros que todos os países dessem o nome de Pelé a um estádio. [...]

Edson Arantes do Nascimento, como se chamava o atacante, morreu de câncer na quinta-feira aos 82 anos. O governo brasileiro decretou luto oficial de três dias. Condolências chegaram do mundo todo. No fim de semana, houve um minuto de silêncio para o atleta excepcional em partidas de futebol no mundo todo.

Pelé marcou o futebol como quase ninguém e, em vida, já era uma lenda. A Fifa o elegeu "jogador do século 20" – assim como o argentino Diego Maradona. Com 77 gols em 92 jogos, Pelé continua sendo o maior artilheiro da seleção junto com Neymar, de 30 anos, que também fez 77 gols.

cn (ots)