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O Brasil na imprensa alemã (11/07)

11 de julho de 2018

Eliminação da Seleção nas quartas de final da Copa do Mundo é comentada pelos jornais alemães, que veem grandeza na reação dos torcedores e do técnico Tite. Problemas do futebol sul-americano também são destaque.

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Fußball WM 2018 Brasilien - Belgien
Brasileiros após a eliminação contra a BélgicaFoto: Reuters/J. Sibley

Süddeutsche Zeitung – O fim do mundo brasileiro não aconteceu, 09/07/2018

Apesar de a seleção brasileira ter caído já nas quartas, o país surpreendentemente reagiu de forma soberana. (...) Em algum lugar dessa aeronave, que partiu de Kazan com seus tristes passageiros, também estaria Neymar, segundo relatos na imprensa. Ou ele conhece uma saída dos fundos secreta no aeroporto ou ainda está sentado na pista, cuidando da sua conta no Instagram. Era para ser a Copa dele, sua ascensão ao posto de melhor do mundo. Na lembrança vai ficar sobretudo o show de um viciado em quedas. Talvez teria lhe servido de consolo se ele tivesse deixado o terminal 2 do Rio junto com seus seis colegas de equipe. Lá esperavam, nas primeiras horas da manhã, um grupo surpreendentemente grande de madrugadores brasileiros – torcedores que aplaudiram os derrotados que voltavam para casa.

Die Welt – Na hora da derrota, o Brasil mostrou verdadeira grandeza, 07/07/2018

Em vez de papear sobre seu futuro, Tite louvou os 90 minutos do jogo recém-encerrado. Ele elogiou a equipe belga de forma efusiva e agradeceu às duas equipes pelo melhor jogo deste torneio. "Quem gosta de futebol deve assistir a esse jogo. Que qualidade técnica! Um jogo maravilhoso, apesar de toda a dor para nós." Na hora da derrota, ele mostrou ser um grande esportista, também porque não embarcou nas críticas, totalmente procedentes, ao juiz. "Isso não se faz, fica parecendo choro."

Süddeutsche Zeitung – Vítima da espiral de qualidade, 09/07/2018

Uma coisa já está certa: o título mundial irá, pela quarta vez consecutiva, a uma equipe europeia. Ou, dito de outra maneira, não irá a uma equipe do continente que ficou com nove dos 20 títulos disputados: a América do Sul. "A Europa coloniza o futebol", constatou o jornal brasileiro O Estado de S. Paulo. E o continente se pergunta: por quê? Os motivos para a queda dos sul-americanos, que é encoberta pelo brilho de figuras como Messi ou os brasileiros, são profundos. Eles têm muito que ver com os efeitos da globalização do futebol, que virou uma tempestade quase perversa. Há anos que a América do Sul não se contenta mais em exportar os melhores jogadores "prontos", mas todos que andam pela volta. Os trabalhadores da bola exportados são cada vez mais jovens. Os lucros ficam com magnatas que não estão interessados no futebol, mas nos seus próprios rendimentos. As ligas nacionais sangram há anos e não são mais competitivas em nível internacional. A Liga dos Campeões se tornou, para o resto do mundo, o que a NBA é para o basquete global: inalcançável.

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