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Novos surtos forçam retomada de restrições pelo mundo

14 de julho de 2020

Casos ultrapassam 13 milhões no planeta e levam várias regiões, como a Califórnia, a mudar planos de reabertura e impor novas restrições. OMS alerta: "Não há retorno ao velho normal num futuro próximo".

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Foto de uma praia lotada de pessoas.
Descontrole no número de casos e desrespeito a medidas de segurança fizeram a Califórnia e reintroduzir confinamento em várias cidades.Foto: picture-alliance/K. Birmingham

Com o crescimentos desenfreado dos casos de coronavírus nos Estados Unidos e na América Latina e com o aumento de infecções na Europa, na Ásia, na Oceania e na África, a Organização Mundial da Saúde (OMS) descartou nesta segunda-feira (13/07) um retorno à normalidade em curto prazo e fez um alerta: "O vírus continua sendo o inimigo público número um, embora as ações de muitos governos e pessoas não reflitam isso", disse o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O chefe da OMS pediu, mais uma vez, a prevenção da transmissão do coronavírus com medidas de saúde conhecidas, incluindo o uso de máscaras, ao qual o presidente americano, Donald Trump, cedeu publicamente pela primeira vez no sábado. "Quero ser sincero com você: não haverá retorno ao ‘velho normal' no futuro próximo", disse Ghebreyesus.

Em todo o mundo, já são mais de 13 milhões de casos de covid-19 e quase 570 mil mortes. Os Estados Unidos continuam sendo o país mais afetado, com 135.582 mortes e 3,36 milhões de infecções, seguido do Brasil. Ao mesmo tempo, países da Europa, Ásia, Oceania e África voltaram a acender o alerta e a adotar medidas de segurança após novo crescimento no número de casos.

A adoção de novas medidas de restrição e a preocupação com a disseminação da doença fizeram as bolsas de valores da Europa abrirem o dia em queda nesta terça-feira (14/07), refletindo a baixa nos mercados asiáticos. O temor é que novos confinamentos atrapalhem a já frágil recuperação econômica.

Nos EUA, a Califórnia voltou atrás drasticamente nos seus planos de reabertura e anunciou que restaurantes, bares e cinemas ficarão fechados, além de igrejas, academias, shoppings e salões de beleza nos 30 municípios mais atingidos do estado, incluindo Los Angeles.

A queda de braço entre os governos federal e estaduais vêm enfraquecendo o combate ao coronavírus. Discussões e pressão do governo Donald Trump para retomar as atividades impediram uma resposta consistente ao avanço do vírus, que registrou recordes de infecções diárias em vários estados nos últimos dias. Também em Los Angeles, cerca de 600 mil estudantes foram comunicados nesta segunda-feira de que as aulas não retornarão em meados de agosto, conforme o planejado.

Autoridades municipais de Houston, a maior cidade do Texas, pediram um novo confinamento depois que 1.600 novos casos foram detectados em 24 horas. Porém, o governador republicano Gregg Abbott inicialmente não cedeu à pressão, embora tenha imposto o uso obrigatório de máscaras nos espaços públicos e alertado sobre a possibilidade de reconfiguração se a situação piorar. Em Miami, o número de pacientes em UTIs devido ao coronavírus está sete vezes maior do que em abril, informou o prefeito Francis Suarez.

Volta do confinamento 

Na Austrália, o estado de Queensland endureceu as punições a quem for pego violando o confinamento, incluindo a prisão de infratores por até seis meses. A cidade de Melbourne, em Victoria, voltou a fechar vários estabelecimentos na tentativa de parar um pico de novos casos.

Em Hong Kong, a Disney anunciou que o Disneyland Park ficará fechado a partir desta quarta-feira, após a decisão da cidade de proibir reuniões públicas com mais de quatro pessoas.

Na Tailândia, onde não há relatos de casos transmitidos localmente há sete semanas, as autoridades revisaram as regras para visitantes do exterior depois que uma falha na triagem deixou passar dois estrangeiros infectados. O governo disse nesta terça-feira que os diplomatas serão convidados a ficar em quarentena supervisionada pelo Estado por 14 dias, em vez de se auto isolar. Nas Filipinas, mais de 250 mil pessoas estão em confinamento obrigatório em Manila.

Na Índia, que tem o terceiro maior número de casos depois dos EUA e do Brasil, houve um salto de 28 mil novas infecções nesta terça-feira, levando o país a ultrapassar a marca dos 900 mil infectados –  100 mil em apenas quatro dias. Por essa razão, o país reimpôs bloqueios parciais. Na cidade de Pune, por exemplo, apenas empresas essenciais funcionarão por 10 dias.

Na Espanha, os habitantes de Lérida e comunas vizinhas na Catalunha entraram novamente em confinamento nesta segunda-feira. A Hungria proibirá o acesso a países da América Latina, África e a maioria da Ásia e alguns países europeus a partir desta terça-feira.

A África do Sul restabeleceu o toque de recolher noturno após registrar cerca de 12.000 novos casos diários nas últimas semanas.

Na América Latina e o no Caribe já são 144.847 mortes e mais de 3,3 milhões de casos.O Brasil é o país mais afetado da região e o segundo do mundo, com 72.833 mortes e cerca de 1,9 milhão de infectados, entre os quais o presidente Jair Bolsonaro, relutante em aceitar as medidas de confinamento e o uso de máscara.

Na vizinha Colômbia, 3,5 milhões de pessoas voltaram ao confinamento na segunda-feira, devido a um aumento "alarmante" de casos, segundo as autoridades. Até 23 de agosto, a capital Bogotá terá 14 dias de quarentena.

LE/ap, afp

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