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Israel ignora missão da UE e bombardeia guarda de Arafat

Estelina Farias11 de dezembro de 2001

Mísseis destroem prédio da guarda do presidente Yasser Arafat e polícia israelense mata dois palestinos. Coordenador da política externa da UE, Javier Solana, abafa esperanças de sucessor de sua missão de paz.

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Posto policial palestino destruído pelas bombas israelensesFoto: AP

Israel ignorou a presença do coordenador da política externa da União Européia, Javier Solana, que se encontra em missão de paz no Oriente Médio, e prosseguiu com os bombardeios de alvos palestinos. No mínimo 17 mísseis disparados pela Força Aérea israelense destruíram o prédio da guarda do presidente Yasser Arafat, em Faixa de Gaza, nesta terça-feira. Na Cisjordânia, soldados israelenses mataram dois palestinos que queriam romper barreiras numa rua.

Depois de conversar com o premier Sharon e com o enviado especial dos Estados Unidos, Anthoni Zinini, Solana atenuou, em Jerusalém, as esperanças de um sucesso de sua missão de dois dias com vistas a um cessar-fogo no Oriente Médio. "Há poucas chances de um milagre", afirmou. Ele anunciou, ao mesmo tempo, que no encontro planejado para esta noite com Arafat vai exigir da Autoridade Nacional Palestina (ANP) o desmantelamento das organizações radicais Hamas e Jihad, responsáveis pelos atentados suicidas em Israel. Os ministros do Exterior da UE já fizeram essa exigência num encontro em Bruxelas, segunda-feira, com o ministro palestino para a Cooperação, Nabil Shaat.

O ministro israelense do Exterior, Shimon Peres, disse que ainda continua em poder de Arafat uma proibição de ataques de extremistas palestinos contra Israel. Ele lembrou que negociara um cessar-fogo com o líder palestino, em 1996, que durou mais ou menos cinco anos e opinou que, "Arafat poderia salvar o seu povo se agisse agora como fez naquela época". Do contrário, advertiu Peres, o líder palestino será destituído pelos grupos extremistas Hamas e Jihad e depois disso surgiria uma situação extremamente caótica.

O governo israelense saudou a exigência da UE para que a ANP desmantele os grupos terroristas. É a primeira vez que os ministros europeus do Exterior dirigem um apelo dessa natureza a Arafat, observou um porta-voz da chancelaria israelense. De fato, com palavras de um dureza fora do comum, os chanceleres da UE exigiram, em Bruxelas, que a ANP acabe com a violência no Oriente Médio. Eles também cobraram de Israel uma retirada das tropas dos territórios ocupados e o fim da matança de palestinos.