1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Igreja obstrui pista da Airbus

gh26 de novembro de 2004

Comunidade evangélica tenta impedir ampliação do aeroporto da fábrica de aviões em Hamburgo, pondo em risco quatro mil novos empregos.

https://p.dw.com/p/5uTq
Sem ampliação, os superjatos A380 não podem deixar a fábricaFoto: AP

Depois de uma semana de brigas sobre o projeto de ampliação do aeroporto da fábrica da Airbus, em Finkenwerde, o prefeito de Hamburgo, Ole von Beust (CDU), respira aliviado. Os planos da obra, que envolve a geração de quatro mil novos postos de trabalho indiretos só no próximo ano, continuam de pé. Diante da resistência da igreja local, a Airbus prorrogou até 2006 o prazo para tomar uma decisão sobre o investimento.

Sem a ampliação da pista de decolagem, a montagem do gigantesco Airbus A380 não poderá ser concluída em Hamburgo, o que impediria a região de acompanhar a evolução da promissora indústria aeroespacial. A nova pista destina-se principalmente à decolagem das grandes aeronaves, após a montagem final em Hamburgo. Só no planejado centro de despacho de aviões seriam criados 100 empregos diretos.

Protesto nada cristão

No meio da semana, os esforços do Senado da Cidade-Estado para salvar o projeto estavam prestes a fracassar. A comunidade evangélica do povoado de Neuenfelde, interrompeu as negociações sobre a desapropriação do terreno da igreja, situado à beira da pista. "Essa atitude não me parece nada cristã", reagiu irritado von Beust.

O prefeito ainda acredita numa "conversão" dos evangélicos, que se mostram dispostos a impedir a obra a qualquer preço. Até agora, nem os argumentos de um mediador neutro ou as ofertas de indenização e promessas de melhorias para o povoado foram capazes de convencer os moradores. "Não há o que negociar, se a Airbus não se move", diz Gabi Quast, porta-voz dos adversários da pista.

"Santa" paciência

Airbus-Gespräche in Hamburg erfolglos verlaufen
Airbus espera até 2006Foto: dpa Zentralbild

Tanto o prefeito de Hamburgo quanto o governo federal alemão temem um arranhão na imagem da Alemanha como país atraente para novos investimentos. A direção da Airbus, no entanto, tem paciência e concedeu um prazo de 18 meses para a prefeitura desapropriar os terrenos. A previsão é iniciar as obras, no mais tardar, em 2006. Até meados de 2007, os aviões A380 receberão a montagem final na fábrica da empresa em Toulouse, na França.

Segundo o diretor presidente da Airbus, Gerhard Puttfarken, apesar da custosa mudança do cronograma, a companhia mantém seus planos de investir em Hamburgo. "As grandes fábricas do grupo precisam ter condições de despachar os aviões produzidos", disse.

Von Beust e Puttfarken deixaram claro que não estão a fim de perder essa briga para "pequenos" adversários. A decisão final caberá ao Tribunal de Justiça de Hamburgo, que em agosto passado, mandou paralisar as obras. A primeira tentativa de fechar um acordo entre as partes conflitantes fracassou. Falta desapropriar três terrenos, entre eles o da igreja, para viabilizar um projeto que, na opinião da prefeitura, serve ao bem comum. "E essas desapropriações vão fracassar", apostam os evangélicos.