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EsporteNova Zelândia

Halterofilista será primeira transgênero em Olimpíadas

21 de junho de 2021

Laurel Hubbard, de 43 anos, garante vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio. "Sou grata pelo apoio e carinho de tantos neozelandeses. Seu encorajamento me conduz pela escuridão", afirma a atleta.

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Halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard
Halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard garante vaga para Jogos Olímpicos de TóquioFoto: Mark Schiefelbein/AP/picture alliance

A halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard se tornou a primeira atleta transgênero a garantir participação em Jogos Olímpicos. A presidente do Comitê Olímpico da Nova Zelândia, Kereyn Smith, disse que ela cumpriu todos os critérios de qualificação para atletas transgêneros.

"Sabemos que a identidade de gênero no esporte é um tema altamente delicado e complexo que exige um equilíbrio entre direitos humanos e justiça", disse Smith em nota. "Como equipe neozelandesa, temos um sentimento muito forte de manaaki (afeto, no idioma maori), inclusão e respeito por todos."

Hubbard, de 43 anos, chegou a competir na categoria masculina antes de realizar a transição de gênero em 2013. Ela se tornou elegível para se inscrever na feminina após demonstrar níveis de testosterona abaixo dos limites exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

A atleta vai competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio na categoria feminina acima de 87kg, na qual ela ocupa atualmente a 16ª posição do ranking mundial.

O presidente do grupo Halterofilismo da Nova Zelândia (WNZ), Richie Patterson, elogiou Hubbard por conseguir retornar de uma contusão de cotovelo, sofrida nos Jogos da Commonwealth em 2018, que poderia ter posto fim à carreira dela.

"Laurel demonstrou garra e perseverança ao retornar de uma contusão significativa e ao superar os desafios de retomar sua confiança na plataforma de competição", afirmou o halterofilista.

As regras do COI estabelecem que uma mulher transgênero estará apta a competir se os níveis de testosterona estiverem abaixo de 10 nanomol por litro.

Contudo, apesar de Hubbard cumprir os requisitos do comitê, críticos alegam que ela poderia ter vantagens físicas por ter sido designada do sexo masculino ao nascer, o que seria injusto com as demais atletas mulheres cisgêneros.

Hubbard, que é bastante discreta em relação à sua vida pessoal e costuma evitar a imprensa, não comentou sobre questões de gênero.

"Estou grata e tocada pelo carinho e pelo apoio a mim dado por tantos neozelandeses [...] Seu apoio, encorajamento e seu aroha (amor) me conduzem pela escuridão", afirmou a atleta em nota divulgada pelo Comitê Olímpico do país.

rc/ek (AFP, Reuters)