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FMI disponibiliza mais US$ 7,1 bilhões à Argentina

27 de setembro de 2018

Valor será adicionado ao empréstimo de 50 bilhões de dólares acordado em junho. País sul-americano tenta estabilizar economia, impactada por crise cambial, inflação e recessão.

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Lagarde anunciou novo empréstimo ao lado de ministro da Fazenda argentino
Lagarde anunciou novo empréstimo ao lado de ministro da Fazenda argentinoFoto: picture-alliance/AP Photo/A. Kudacki

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira (26/09) um aumento de 7,1 bilhões de dólares no crédito que havia disponibilizado à Argentina em junho. Com a decisão, o empréstimo que a instituição cedeu ao país chega agora a 57,1 bilhões de dólares.

Segundo a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, a instituição antecipará uma injeção de 19 bilhões de dólares deste montante até o fim de 2019. Parte deste valor, 8 bilhões de dólares, serão liberados ainda neste ano.

Pelo acordo original, selado em junho, a quantia seria repassada em etapas até 2021. Outra novidade é que as verbas estarão disponíveis para reforçar o orçamento do governo argentino, e não mais com o status de "precaução", de acordo com um comunicado do FMI.

Em coletiva de imprensa ao lado de Dujovne no consulado argentino em Nova York, Lagarde afirmou que a Argentina "desenvolveu um plano econômico fortalecido que pretende reforçar a confiança e estabilizar a economia".

"No centro do novo plano está uma política fiscal destinada a fortalecer sua posição e contar com um orçamento sustentável e adequadamente financiado, uma política monetária forte e focada na redução da inflação e uma política de taxa de câmbio flutuante sem intervenção", disse a diretora-gerente.

Lagarde destacou que o Banco Central da Argentina concordou em intervir no mercado cambial apenas em caso de circunstâncias extremas e destacou que a nova quantia ajudará Buenos Aires a enfrentar os seus desafios. A crise cambial no país já levou a uma depreciação do peso em cerca de 50% face ao dólar desde o início do ano. 

Por sua vez, Dujovne mostrou confiança que o acordo, que segundo ele tem "poucos antecedentes", devolverá a confiança dos investidores, sobretudo porque o país não precisará de um financiamento extra para pagar sua dívida externa.

O anúncio deste novo pacto foi feito um dia depois de o presidente do Banco Central de Argentina, Luis Caputo, renunciar, alegando motivos pessoais, em meio às negociações com o FMI e à crise econômica que abala o país.

Após a abrupta desvalorização do peso, entre abril e maio, que levou a Argentina a pedir crédito ao FMI para acelerar as reformas que visam reduzir o alto déficit fiscal, em meados de agosto a situação se agravou com um novo ciclo de quedas da moeda.

Por isso, o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou a necessidade de acelerar os repasses do empréstimo para garantir o financiamento de seus compromissos de pagamento de dívidas em 2019 e conseguir, no ano que vem, o "déficit zero" em suas contas públicas.

O acordo, no entanto, não agradou a todos. O FMI é acusado na Argentina de encorajar as políticas que conduziram, em 2001, à pior crise econômica que o país enfrentou que provocou desemprego e pobreza. 

Depois que a terceira maior economia da América Latina entrou em recessão, a Argentina tem estado no centro de turbulência dos mercados emergentes. O país enfrenta uma forte inflação, que nos primeiros oito meses deste ano acumulou uma alta de 24,3%.

CN/efe/lusa/rtr/afp/ap

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