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Ex-procuradora-geral envolve Maduro no caso Odebrecht

19 de agosto de 2017

Luisa Ortega Díaz afirma que conhece detalhes sobre pagamentos de suborno na Venezuela e acusa presidente de destituí-la para acabar com o inquérito que corre no Ministério Público do país.

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Maduro estaria envolvido em esquema de pagamentos de propina
Maduro estaria envolvido em esquema de pagamentos de propinaFoto: Reuters/C. G. Rawlins

A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz acusou nesta sexta-feira (18/08) o presidente Nicólas Maduro de envolvimento no esquema de pagamentos de propina realizado pela empreiteira Odebrecht em trocas de contrato no país.

"Eles estão preocupados e angustiados porque sabem que temos informação e detalhes de toda a cooperação, valores e pessoas que ficaram ricas e essa investigação envolve Nicólas Maduro e seu entorno", denunciou Ortega Díaz, na Cúpula de Procuradores e Promotores da América Latina. Proibida de deixar o país, ela participou por videoconferência do encontro que acontece em Puebla, no México.

A jurista alertou os colegas latino-americanos para evitar a troca de informações com o atual procurador-geral venezuelano, Tarek Saab, e afirmou que qualquer evidência enviada ao Ministério Público pode ser destruída e as informações usadas para atentar contra a fonte.

Ortega Díaz acusou ainda Maduro de destituí-la do cargo para acabar com as investigações sobre os pagamentos de suborno. A ex-procuradora foi destituída no último dia 5 de agosto pela Assembleia Constituinte, que a acusou de ter cometido "atos imorais". Ela disse também que diversos procuradores deixaram à Venezuela por temer por suas vidas.

Infografik Korruption in Lateinamerika portugiesisch

Após o Departamento de Justiça dos EUA revelar no final do ano passado que a empreiteira brasileira pagou cerca de 788 milhões de dólares em propinas em 12 países da América Latina e África, o Parlamento venezuelano aprovou em fevereiro a abertura de uma investigação sobre o caso. No comando do Ministério Público, Ortega Díaz era responsável pelo inquérito.

Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a empreiteira pagou subornos na Venezuela que chegaram a 98 milhões de dólares, ficando atrás apenas do Brasil.

CN/ap/afp/efe