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Europeus anunciam envio de mais de 100 tanques à Ucrânia

8 de fevereiro de 2023

Alemanha, Dinamarca e Holanda vão ceder a Kiev antigos blindados Leopard 1, que devem começar a ser entregues nos próximos meses. Rússia critica apoio e fala em escalada "imprevisível".

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Tanque Leopard 1
Os Leopard 1 foram fabricados de 1965 até meados dos anos 1980, sendo este o primeiro tanque de guerra construído para a Bundeswehr Foto: Thomas Imo/photothek/picture alliance

A Alemanha, Dinamarca e Holanda formaram uma coalizão para enviar à Ucrânia mais de 100 tanques Leopard 1. Segundo anunciou o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, nesta terça-feira (07/02), o envio ocorrerá por etapas, e Kiev deve receber nos próximos meses ao menos 20 veículos.

Até o fim do ano, o objetivo da coalizão é entregar 80 tanques, pelo menos, número que seria suficiente para armar três batalhões, disse Pistorius. Outros 100 blindados devem ser enviados ao longo de 2024.

"Essa iniciativa contribuirá para reforçar de forma substancial e sustentável as forças armadas ucranianas e complementa os esforços que já estão a caminho para apoiar a Ucrânia com tanques Leopard 2", indica nota conjunta divulgada pelos Ministérios da Defesa dos países da coalizão.

Na semana passada, a Alemanha já tinha autorizado o envio dos antigos blindados Leopard 1 à Ucrânia, porém, o número ainda não havia sido divulgado. Nesta terça-feira, o governo alemão anunciou que autorizou o envio de até 178 tanques Leopard 1 ao país.

Fabricado a parir de meados dos anos 1960, os Leopard 1 foram aposentados pela Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) há 20 anos. Segundo a imprensa alemã, os tanques fazem parte de estoques da indústria armamentista e devem passar por uma reforma antes do envio.

Modelo antigo, mas adequado

O ministro alemão indicou, além disso, que a formação de 600 militares ucranianos para conduzir os veículos blindados já começou. Pistorius comemorou o fato de, finalmente, ter sido alcançado um acordo para fornecer tanques para a Ucrânia de forma coordenada.

Galpão em Flensburgo da FFG onde estão estocados antigos Leopard 1
Tanques Leopard 1 que serão enviados fazem parte de estoques da indústria armamentistaFoto: Constanze Emde/dpa/picture alliance

O comunicado sobre a coalizão afirmou que a iniciativa está aberta à adesão de outros países. A Bélgica, que também possui estoques do Leopard 1, demonstrou interesse de se unir ao grupo. A coalizão fornecerá treinamento aos soldados ucranianos, apoio logístico, peças e munição.

Não foi divulgado como será a divisão dos custos para a reforma dos tanques entre os fabricantes e os países da coalizão e como foi feito o acordo com as empresas que têm esses veículos estocados.

Os Leopard 1 foram fabricados de 1965 até meados dos anos 1980, sendo este o primeiro tanque de guerra construído para a Bundeswehr da antiga Alemanha Ocidental. Foram produzidas 4,7 mil unidades. 

Apesar de ser um modelo antigo, a ministra da Defesa holandesa, Kasja Ollongren, assegurou que o tanque "definitivamente ainda é adequado" para o combate. "Eles estão sendo consertados e preparados para a batalha, então definitivamente serão úteis para os ucranianos, além de serem melhores do que alguns tanques russos", acrescentou.

Crítica russa

Pistorius anunciou ainda que os primeiros tanques Leopard 2 devem chegar à Ucrânia até o final de março. No fim de janeiro, após meses de hesitação, a Alemanha autorizou o envio de 14 modernos tanques Leopard 2 A6, e disse que permitiria que os demais países europeus que também possuem esses modelos pudessem enviá-los à Ucrânia.

O entrave para as exportações se deve a leis vigentes na Alemanha que vinculam países que tenham equipamento militar fabricado no país a uma autorização de uso desses armamentos, como é o caso dos Leopard 2.

A Rússia criticou nesta terça-feira o envio de armamentos à Ucrânia. O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse que o aumento da ajuda ocidental a Kiev pode levar a um nível "imprevisível" de escalada do conflito.

cn/lf (Reuters, AP, AFP, Efe, Lusa)