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EUA baixam tom, mas mantêm exercícios militares

16 de agosto de 2017

Arrefecimento na retórica de guerra pode ser só temporário: Forças Armadas americanas fazem testes conjuntos com Japão e seguem adiante com planos de manobras na Coreia do Sul, consideradas provocação por Kim Jong-un.

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Exercícios militares conjuntos entre Japão e EUA no mar do Sul da China
Exercícios militares conjuntos entre Japão e EUA no mar do Sul da ChinaFoto: Reuters/T. Hanai

Num momento de aparente arrefecimento nas hostilidades com a Coreia do Norte, os Estados Unidos iniciaram nesta quarta-feira (16/08) um raro exercício militar com o Japão, que coincide com os preparativos para as manobras conjuntas americanas com a Coreia do Sul.

Nos últimos dias, os EUA adotaram um tom mais moderado perante a Coreia do Norte, com o presidente Donald Trump chegando a elogiar a decisão do ditador Kim Jong-um de adiar o lançamento de mísseis perto de Guam, território estratégico dos EUA no Pacífico.

Mas a tendência é que a situação permaneça tensa: a Coreia do Norte já deixou claro que os exercícios conjuntos de sul-coreanos e americanos – que durarão dez dia e envolverão 7 mil soldados – seriam um fator levado em conta para decidir sobre a retomada das ameaças contra Guam.

Em declarações divulgadas pela agência estatal KCNA, Kim disse que pretende "observar um pouco mais" as ações americanas antes de concretizar a ameaça. Ao mesmo tempo, exortou Washington a parar "imediatamente" com as provocações

A referência era aos exercícios militares dos EUA no Pacífico. Nesta quarta-feira, por exemplo, cerca de 300 militares japoneses e americanos realizaram cinco exercícios de artilharia no norte do Japão, como parte de um raro treinamento de 19 dias. 

O exercício no mar do Sul da China envolveu dois bombardeiros B-1B Lancer da Força Aérea dos EUA, que decolaram da Base de Andersen, em Guam, e dois caças japoneses F-15.

Quanto aos exercícios militares na Coreia do Sul, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, disse que os planos de iniciá-los na próxima segunda-feira estão mantidos. 

"Não há equivalência possível entre o que a Coreia do Norte está fazendo, com seus testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais, e a atividade legal mantida pelos EUA e a Coreia do Sul", defendeu.

Ela disse ainda que Kim tem que dar "passos sérios" se quiser dialogar com os EUA, algo que não vai ocorrer de "forma imediata".

"Recuar da ameaça de atacar Guam não é o suficiente para obter um diálogo com Washington. Pyongyang tem que fazer muito mais para chegar a esse ponto", disse Nauert.

Os aviões norte-americanos, projetados para transportar bombas nucleares e convertidos para armamentos convencionais, realizaram vários voos no leste asiático nas últimas semanas.

A Coreia do Norte ameaça atacar os EUA e suas bases com frequência. O regime vem ignorando os alertas do Ocidente e até de sua principal aliada, a China, para interromper os testes nucleares e de mísseis, que realiza desafiando resoluções das Nações Unidas e sanções de seus membros.

IP/efe/rtr/afp