EUA acertam acordo bilionário por vacina alemã e americana
22 de julho de 2020O governo dos Estados Unidos acertou pagar 1,95 bilhão de dólares por 100 milhões de doses de uma potencial vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech, se a imunização se provar bem-sucedida.
O acordo, comunicado nesta quarta-feira (22/07) pelas duas companhias, é o mais alto já firmado pelo governo do presidente Donald Trump para a compra de futuras vacinas.
Acordos anteriores, porém, previram ajuda financeira de Washington às empresas envolvidas para custear o desenvolvimento das vacinas, enquanto a Pfizer e a BioNTech não receberão qualquer dinheiro do governo a menos que seu produto se prove seguro e eficaz, e seja produzido com sucesso, informou uma porta-voz da Pfizer.
O acordo "aumenta as chances de termos uma vacina segura e eficaz até o fim deste ano", disse Alex Azar, secretário americano de Saúde e Serviços Humanos.
Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) e o Departamento de Defesa dos EUA, o mais recente acordo também prevê que o governo americano compre 500 milhões de doses adicionais do agente.
O HHS afirmou que a vacina será disponibilizada gratuitamente aos americanos, embora seus planos de saúde possam ser cobrados pelas imunizações.
Em ensaios clínicos, a Pfizer e a BioNTech vêm testando uma vacina que requer duas doses, sendo a segunda aplicada sete dias após a primeira. Isso significa que as 100 milhões de doses já acertadas pelo governo Trump vacinariam 50 milhões de americanos, num país com cerca de 328 milhões de habitantes.
Washington já concordou em gastar bilhões de dólares para desenvolver e adquirir potenciais vacinas contra o coronavírus Sars-Cov-2. Os esforços fazem parte da Operação Warp Speed, um programa conjunto dos departamentos de Saúde e Defesa americanos para acelerar o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e diagnósticos de covid-19.
A vacina da Pfizer e da BioNTech, batizada de BNT162, mostrou resultados promissores em pequenos estudos preliminares em humanos e, em breve, deve ser testada em larga escala, inclusive em brasileiros.
Na terça-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a realização de ensaios clínicos de duas variedades da BNT162 no país. Em todo o mundo, 29 mil voluntários participarão do estudo, sendo mil deles no Brasil, nos estados de São Paulo e Bahia.
Após essa fase, se a imunização se provar bem-sucedida e a BNT162 obtiver aprovação regulatória para produção em larga escala, as duas companhias estimam produzir 100 milhões de doses até o final de 2020 – exatamente o número de doses prometidas aos Estados Unidos – e mais de 1,3 bilhão de doses até o fim de 2021.
Com base no preço acertado por Washington, custará cerca de 39 dólares para imunizar uma pessoa com a BNT162. A título de comparação, a Universidade de Oxford e a empresa AstraZeneca, que também trabalham numa vacina, prometeram disponibilizá-la "a preço de custo", por cerca de 2,90 dólares a dose.
Na segunda-feira, a Pfizer e a BioNTech já haviam acertado vender 30 milhões de doses da vacina ao Reino Unido, embora não tenham informado valores.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao todo existem no mundo 160 iniciativas para desenvolver uma vacina contra a doença causada pelo novo coronavírus, e cerca de duas dezenas já estão sendo testadas em humanos.
EK/afp/dpa/efe/rtr
________________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| App | Instagram | Newsletter