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Economistas pedem que Trump evite erros dos anos 1930

4 de maio de 2018

Mais de 1.100 especialistas assinam carta contra protecionismo econômico adotado pelo presidente dos EUA. Documento faz alerta semelhante ao de missiva enviada ao Congresso dos EUA no despontar da Grande Depressão.

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Donald Trump
Carta enviada a Trump e ao Congresso dos EUA alerta que o protecionismo pode minar paz mundialFoto: picture-alliance/RS/MPI/Capital Pictures/M. Theiler

Mais de 1.100 economistas assinaram uma carta enviada ao presidente dos EUA, Donald Trump, e ao Congresso americano, na qual pedem que não se repitam os erros que agravaram a Grande Depressão na década de 1930.

Conselheiros econômicos de dois presidentes republicanos e dois presidentes democratas e 15 ganhadores do Prêmio Nobel estavam entre os signatários. Eles pedem ao governo americano que se afaste de "uma série de novas atividades protecionistas, incluindo ameaças de se retirar de acordos comerciais, pedidos equivocados de novas taxas em resposta a desequilíbrios comerciais, além da imposição de tarifas".

O documento, elaborado pela União Nacional dos Contribuintes (NTU, na sigla em inglês), que defende a reforma tributária e os cortes de gastos do governo americano, foi enviada nesta quinta-feira (03/05), no aniversário de uma missiva semelhante enviada ao Congresso dos EUA em 3 de maio de 1930.

"O Congresso não aceitou o conselho de economistas em 1930, e os americanos em todo o país pagaram o preço", disse a NTU. "Os economistas e os professores de economia signatários recomendam veementemente que este erro não seja repetido."

A petição foi divulgada num momento em que uma delegação de alto escalão liderada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e pelo secretário do Comércio, Wilbur Ross, estão em Pequim para negociar uma solução para a disputa comercial desencadeada quando Trump impôs altas tarifas de importação sobre alumínio e aço, além de 50 bilhões em mercadorias chinesas.

Washington acusa a China de roubo desenfreado de propriedade intelectual dos EUA e exige mudanças em suas políticas de investimento e proteção de patentes, além de considerar reduzir o acesso de empresas chinesas de alta tecnologia a produtos americanos.

A Casa Branca também irritou a União Europeia (UE), que recebeu apenas uma isenção temporária das tarifas sobre alumínio e aço, postergadas no início desta semana e que devem entrar em vigor em 1º de junho.

A carta da NTU fez referência ao documento de 1930, que alertava que tarifas prejudicariam os consumidores, por meio de aumentos de preços, e os agricultores, devido à perda de mercados para seus produtos.

"Tal ação inevitavelmente faria com que outros países reagissem e cobrassem direitos de retaliação contra nossos produtos", disse o documento, que acrescentou que as políticas protecionistas semearão amargura nacional e internacional. "Uma guerra tarifária não fornece um bom terreno para o crescimento da paz mundial."

Os signatários incluem economistas que assessoraram os ex-presidentes Ronald Reagan e George W. Bush, assim como o ex-vice-presidente da Reserva Federal dos EUA Alan Blinder, e o ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2001, George Akerlof, marido da ex-presidente da Reserva Federal Janet Yellen.

PV/afp/ots

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