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Brasil mais perto de se livrar de tarifas de Trump

1 de maio de 2018

Casa Branca comunica ter chegado a princípio de acordo com Brasil, Argentina e Austrália sobre novos impostos sobre aço e alumínio, enquanto prorroga em um mês prazo para UE, que se recusa a ceder.

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Symbolbild Stahl
Foto: Getty Images/A. Koerner

O governo dos Estados Unidos chegou a acordos preliminares com Brasil, Argentina e Austrália para eximir estes países das polêmicas tarifas sobre o aço e o alumínio. Ao mesmo tempo, decidiram adiar a taxação aos países da União Europeia (UE), ao México e ao Canadá, segundo informou a Casa Branca.

Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs no final de março as tarifas de 10% ao alumínio e de 25% ao aço, ele eximiu estes países do seu pagamento (até a meia-noite de 30 de abril para este 1º de maio) para dar assim uma maior margem à negociação de acordos comerciais paralelos com alguns dos principais parceiros americanos.

Na lista inicial de países temporariamente isentos também estava a Coreia do Sul, país com o qual Washington já alcançou um acordo definitivo para Seul evitar o pagamento das tarifas. A Casa Branca afirmou que os pactos com Brasil, Argentina e Austrália são "princípios de acordo" cujos detalhes serão divulgados em breve. O Planalto ainda não se manifestou.

Perante o iminente vencimento do prazo inicial, Trump optou na segunda-feira por uma "prorrogação final" de outros 30 dias, até 1º de junho, da isenção tarifária ao México, ao Canadá e à União Europeia, os únicos parceiros com os quais ainda não alcançou um acordo.

"O governo está estendendo as negociações com Canadá, México e União Europeia por 30 dias finais", destacou em comunicado a Casa Branca. "Em todas estas negociações, o governo se centra em cotas que restrinjam as importações, evitem o transbordamento e protejam a segurança nacional."

Europa: "Não negociaremos sob ameaça"

Nesta terça-feira (1º/05), a Comissão Europeia comunicou que "tomou nota" da decisão dos EUA de prorrogar a isenção de tarifas sobre as importações europeias de aço e alumínio e advertiu que a União Europeia "não negociará sob ameaça".

"A decisão dos EUA prolonga a incerteza dos mercados, que já está afetando as decisões das empresas", criticou o Executivo comunitário em comunicado. "Qualquer futuro programa de trabalho transatlântico tem que ser equilibrado e mutuamente benéfico."

A Comissãom Europeia apontou que os 28 Estados-membros deveriam desfrutar de uma isenção "plena e permanente" já que as medidas que o governo dos EUA ameaça aplicar "não podem ser justificadas com base na identidade nacional".

Nesse contexto, a Comissão recordou que "o excesso de capacidade nos setores do aço e do alumínio não é originário da UE", mas "pelo contrário, a UE se comprometeu nos últimos meses em todos os níveis possíveis com os EUA e outros parceiros para encontrar uma solução neste assunto".

O Executivo da UE indicou que a comissária Europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, esteve em contato nas últimas semanas com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e que esses diálogos "continuarão".

A China será a economia mais afetada pelas novas tarifas. Além do aço e do alumínio, Trump anunciou um plano para obter 60 bilhões de dólares em tarifas para cerca de 1,3 mil produtos provenientes da China e também pretende estabelecer restrições aos investimentos promovidos por Pequim. A China, por sua vez, ameaçou impor tarifas aos EUA de cerca de 3 bilhões de dólares.

PV/abr/efe/lusa

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