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Diante de megaeventos, Rio investe em infraestrutura e ambiente

24 de julho de 2012

Até as Olimpíadas de 2016, espera-se que investimentos tornem a cidade do Rio de Janeiro mais limpa e segura. Projetos ambientais também podem contribuir para isso e ainda representar uma saída para a pobreza.

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Foto: picture-alliance/dpa

"Rio 2016, um outro futuro começa agora", diz o slogan estampado em cartazes dispostos pela capital fluminense. Na Baía da Guanabara, crianças jogam futebol na praia, já no clima da Copa do Mundo de 2014 que a cidade hospedará. Ao lado dos pequenos jogadores, banhistas tomam sol. Mas, dentro e fora do país, se sabe que o Rio de Janeiro tem duas faces: ao lado das belas praias, milhares de cariocas vivem na pobreza, e a violência faz parte do dia a dia da cidade.

Tal cenário não impediu, porém, que o Brasil fosse escolhido como anfitrião do Mundial de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Para tanto, o governo desenvolveu um amplo conceito de infraestrutura para o Rio de Janeiro, com investimentos no valor de 14 bilhões de dólares. As obras incluem novas linhas de metrô e reformas em ambos os aeroportos e no porto da cidade.

Entretanto, 80% dos investimentos são destinados às áreas mais ricas da metrópole. Por isso, Thomas Fatheuer, da fundação alemã Heinrich Böll, considera que os jogos sejam uma faca de dois gumes. "Os bairros pobres costumam ficar de mãos vazias. Teria muito mais sentido usar o dinheiro para medidas de longo prazo, que não estão ligadas aos Jogos Olímpicos", diz.

Catador in Favelas in Rio de Janeiro
Substituição de refrigeradores é realizada por ex-catadores de lixo clandestinosFoto: CC/ Cátia Toffoletto

E isso também inclui projetos ambientais, como a construção de estações de tratamento de água e a introdução de métodos de reciclagem.

Programas ambientais para sair da clandestinidade

Há alguns anos, algumas iniciativas de proteção ambiental já estão em prática no país. Em 2000, o governo brasileiro aprovou uma lei para aumento da eficiência energética. Desde então, empresas de energia elétrica são obrigadas a investir no mínimo 0,5% de suas receitas em programas de eficiência energética. A metade disso deve beneficiar camadas mais pobres da população, que, por conta de aparelhos velhos, chegam a gastar mais de um quarto de seus salários com energia.

Além de lâmpadas econômicas, geladeiras também são distribuídas há alguns anos. De acordo com a Sociedade Alemã de Cooperação Técnica (GTZ), estas consomem metade da energia das antigas. Ao mesmo tempo, as geladeiras velhas são recicladas em locais especializados.

Além de benéficos para o meio ambiente, esses programas também são úteis para a população pobre, que, além de economizar dinheiro, recebe uma chance para driblar a pobreza. Segundo a GTZ, a substituição dos refrigeradores é frequentemente realizada por ex-catadores clandestinos de lixo, que, através do projeto, são empregados regularmente.

Presença policial nas favelas

Enquanto isso, para combater a violência e o tráfico de drogas, a Secretaria Estadual de Segurança Pública institui nas favelas as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Desde a inauguração da primeira delas, na favela Santa Marta em 2008, vêm-se verificando quedas dos índices de criminalidade.

Favela Rocinha
Até Olimpíadas, Rio planeja ter instalado UPPs em uma centena de favelasFoto: DW/Sam Cowie

Até as Olimpíadas, o Rio planeja ter instalado UPPs em uma centena de favelas. Mas o projeto-modelo do prefeito Eduardo Paes não está livre de críticas. Para Fatheuer, o tráfico de drogas diminuiu nas áreas ocupadas pela polícia, mas as quadrilhas se deslocaram para outras favelas. O problema é apenas deslocado e não solucionado, considera.

Autora: Michaela Führer (lpf)
Revisão: Roselaine Wandscheer