Os casos de sarampo nas Américas mais do que dobraram em apenas um mês, divulgou nesta terça-feira (21/08) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). De janeiro a 20 de julho deste ano, 2.472 infecções foram reportadas, e em agosto, o total ultrapassou os 5 mil.
A maioria dos 5.004 casos de sarampo foi registrada na Venezuela (3.545), onde a doença causou 62 óbitos. O Brasil é o segundo país com o maior número de infecções, com 1.237, incluindo seis mortes. Casos foram confirmados ainda em outros nove países da região: Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México e Peru.
"Tendo em vista a velocidade de propagação da doença pela região, a Opas ampliou as recomendações que já vinham sendo feitas aos países. Entre elas, aumentar a cobertura vacinal e fortalecer a vigilância epidemiológica, a fim de aumentar a imunidade da população e detectar/responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo", disse a Opas, em nota.
Para tentar conter o surto de sarampo, o governo brasileiro lançou no início do mês uma campanha de vacinação. O país pretende imunizar ao menos 95% das 11,2 milhões de crianças com idades entre 1 e 5 anos. Essa é a meta estipulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para erradicar a doença. Até esta segunda-feira, 51% das crianças foram vacinadas. A campanha vai até 31 de agosto.
O sarampo havia sido erradicado no país em 2016. O atual surto foi ocasionado pela importação do vírus da Venezuela. Casos foram registrados em Roraima, Amazonas, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A Opas afirmou que está auxiliando o Brasil na campanha de vacinação no Amazonas e Roraima, os estados mais afetados pelo surto.
Além das Américas, o sarampo se espalha pela Europa, onde foi registrado o maior número de casos em uma década. Mais de 41 mil infecções foram confirmadas nos primeiros seis meses deste ano.
França, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia, Geórgia e Ucrânia já registraram mais de mil casos da doença cada um neste ano. Somente na Ucrânia, foram mais de 23 mil casos. O maior número de mortes ocorreu na Sérvia, onde 14 pessoas perderam a vida.
Muito comum na infância, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral e extremamente contagiosa, transmitida por secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou mesmo respirar. Entre os principais sintomas da doença estão febre, tosse, erupções na pele, manchas brancas do lado de dentro da boca, além de coriza e conjuntivite. O vírus pode ser fatal. Em alguns países é a principal causa de morte de crianças menores de 5 anos.
CN/abr/ots
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Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus é de 90%.
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Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
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Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
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Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas vivem juntas em espaço pequeno.
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Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
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Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
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Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
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Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e roedores frequentemente o portam.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
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Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.