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Casal é condenado em caso de abuso que chocou a Alemanha

7 de agosto de 2018

Mãe é sentenciada, junto com seu parceiro, por abuso sexual e prostituição forçada do filho ao longo de dois anos. Criança foi vendida a outros homens por meio da internet, e casal chegou a faturar milhares de euros.

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Casal ao lado de juízes em tribunal de Freiburg
Casal ao lado de juízes em tribunal de FreiburgFoto: picture-alliance/Dpa/P. Seeger

Num dos mais chocantes casos de abuso infantil de que se tem conhecimento na Alemanha, um tribunal condenou nesta terça-feira (07/08) uma mãe e seu parceiro por abusarem sexualmente repetidas vezes do filho dela, hoje com dez anos de idade, além de vendê-lo na internet para sexo. O caso causou comoção no país.

A mãe – Berrin T., de 48 anos – foi condenada pelo tribunal regional de Freiburg, no sul do país, a 12 anos e seis meses de prisão por abuso sexual e prostituição forçada do filho. O parceiro da mulher – Christian L., de 39 anos – foi sentenciado a 12 anos de prisão.

A corte decidiu que o homem, que já tinha sido condenado por abuso infantil, deve permanecer sob custódia preventiva após cumprir sua sentença de prisão. No mesmo caso, que começou a ser julgado em junho deste ano, outros seis criminosos sexuais foram presos e condenados.

O casal, da cidade de Staufen, próxima a Freiburg, no sul do país, abusou sexualmente do menino e forçou-o a se prostituir, durante dois anos. A criança foi vendida para sexo por meio da darknet entre maio de 2015 e agosto de 2017, para homens do país e do exterior. Tanto os abusos quanto a prostituição forçada ocorreram cerca de 60 vezes.

Ambos os condenados devem pagar um total de 42.500 euros de indenização ao menino e a mais uma vítima, uma menina de três anos. Segundo promotores, Berrin T. permitiu que Christian L. abusasse sexualmente da garota, com deficiência mental, que estava temporariamente sob os cuidados dela. Quase todos os abusos cometidos pelo casal foram filmados e disponibilizados na internet.

O juiz Stefan Bürgelin disse que a mãe não apenas deu aval e acobertou, mas também participou ativamente dos abusos cometidos contra o filho. Ela e o parceiro confessaram os crimes.

No início, a motivação de Berrin T. teria sido medo de perder o parceiro. Posteriormente, o "interesse financeiro" de ambos também pesou, disse o juiz. O casal chegou a arrecadar milhares de euros em apenas um caso de abuso.

As autoridades locais foram acusadas de não conseguir proteger o garoto, que está agora sob cuidados de uma família adotiva. Em março do ano passado, o departamento local de assistência social da juventude entrou em cena e assumiu a custódia do menino, depois que um detetive da polícia relatou às autoridades que Christian L. estava morando no apartamento com ele.

Berrin T. se opôs à decisão e, eventualmente, ganhou a causa na Justiça. Depois de poucas semanas, seu filho estava de volta a casa. No entanto, ela foi obrigada a não permitir que Christian L. entrasse novamente no apartamento. Ele também foi impedido de ter contato com o menino, mesmo com a presença de Berrin T. O casal ignorou a ordem judicial, e Christian L. continuou tendo contato com o garoto.

Histórico de abusos

De acordo com o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, Christian L. recebeu em 2005 uma sentença suspensa de um ano de prisão por ter pornografia infantil em seu computador e em seu smartphone. Alguns anos depois, em 2010, Christian L. foi condenado a mais quatro anos de prisão por abusar sexualmente de uma menina de 13 anos.

Em ambas as vezes, ele foi obrigado a fazer terapia e afirmou que estava disposto participar das sessões. Após sua liberação em 2014, ele foi considerado um indivíduo com um alto risco de recaída e foi impedido de ter contato com crianças ou jovens – apenas sob a supervisão dos pais da criança ou algum responsável legal.

No início de 2015, Christian L. e Berrin T. se tornaram um casal e, logo em seguida, ele começou a abusar sexualmente do filho da parceira, segundo os promotores. A petição de Christian L. para que sua proibição de contato com crianças fosse suspensa foi negada em agosto de 2016. No entanto, mesmo assim, ele foi morar com Berrin T. e seu filho algumas semanas depois.

LPF/dpa/ap/afp/dw

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