1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Bolsonaro recoloca no Planalto demitido por "voo imoral"

8 de fevereiro de 2021

Um ano após escândalo tachado de imoral pelo presidente, José Vicente Santini ganha novo cargo importante no governo. Ele é amigo dos filhos de Bolsonaro e havia sido exonerado por usar jato da FAB em viagem à Índia.

https://p.dw.com/p/3p4ol
Jair Bolsonaro
Nomeação de José Vicente Santini foi assinada pelo próprio BolsonaroFoto: Marcos Corrêa/PR

Pouco mais de um ano após ter sido exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro por usar um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) em viagem para a Índia, o ex-secretário-executivo da Casa Civil José Vicente Santini foi nomeado secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, segundo publicado no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (08/02).

A nomeação de Santini foi assinada pelo próprio Bolsonaro. Apesar do escândalo com o jatinho e da suposta indignação do presidente na época, que descreveu o uso do avião da FAB por apenas três servidores como algo "imoral" e "inadmissível", o ex-secretário-executivo voltou para o governo em setembro do ano passado quando assumiu um cargo de assessor no Ministério do Meio Ambiente.

Agora, Santini, que é amigo de infância dos filhos de Bolsonaro e chegou ao Planalto por intermédio deles, será o número dois da Secretaria-Geral da Presidência, atualmente comandada interinamente pelo ministro Pedro César Nunes.

Voo polêmico

Santini foi demitido no final de janeiro do ano passado depois que voou numa aeronave da FAB que partiu de Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, com destino a Nova Déli, onde se reuniu com a comitiva presidencial durante a visita de Estado de Bolsonaro à Índia.

Como número dois da Casa Civil, o ex-secretário-executivo estava na função de ministro interino durante as férias do então ministro Onyx Lorenzoni e optou por usar um avião da FAB em vez de viajar com companhias aéreas comerciais, como fizeram outros ministros.

"O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de aviões comerciais, classe econômica. Eu mesmo já viajei no passado, não era presidente, para Ásia toda de comercial, classe econômica, e não entendi. A explicação que chegou no primeiro momento: 'Ele teve de participar de reunião de ministros por isso…' Essa não, essa desculpa não vale", afirmou Bolsonaro na época.

Após a demissão, Eduardo e Flávio Bolsonaro pediram que Santini ganhasse outro cargo no governo. Assim, ele chegou a ser readmitido no dia seguinte como assessor especial da Casa Civil, mas diante da repercussão negativa, o presidente revogou a decisão.

cn/ek (ots)