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Bolsonaro promete revogar regulamentações em vários setores

24 de dezembro de 2018

Objetivo é destravar crescimento. Para presidente eleito, reduzir interferência do Estado trará melhores condições ao brasileiro. Em mensagens de Natal, ele lembra facada e fala em "restaurar o sentimento familiar".

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O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL)
Bolsonaro deixou claro ao longo da campanha que seu governo pretende desburocratizar o EstadoFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Peres

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira (24/12) que seu governo vai revogar "rapidamente" regulamentações em vários setores que, segundo ele, só servem para arrecadar recursos e atrapalhar o crescimento econômico do país.

"Inúmeras regulamentações em todos os setores que só servem para arrecadação e entraves de desenvolvimento, sem nenhum retorno prático ao cidadão, irão ser revogadas rapidamente em meu governo", escreveu ele em redes sociais, sem dar detalhes sobre as áreas a que se referia.

Bolsonaro completou a mensagem afirmando que "menos interferência do Estado significa melhores condições de vida ao brasileiro", em tom com as políticas defendidas por seu guru na área econômica, o futuro ministro Paulo Guedes.

Ao longo dos últimos meses, o presidente eleito e sua equipe deixaram claras suas intenções de desburocratizar o Estado e reduzir a influência deste na economia.

Em seu primeiro discurso após a vitória nas eleições, em 28 de outubro, Bolsonaro declarou que "o governo federal dará um passo atrás, reduzindo a sua estrutura e a burocracia, cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente".

No início deste mês, Guedes anunciou dois nomes que ficarão responsáveis por cuidar dessa desburocratização da administração pública: Paulo Uebel será nomeado secretário-geral de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, e Gleisson Cardoso, secretário-geral adjunto.

Guedes, um neoliberal que comandará o superministério da Economia, vem defendendo também a abertura do mercado brasileiro, bem como a privatização de estatais e órgãos federais específicos, tendo mencionado os Correios e subsidiárias da Petrobras.

O novo governo, que toma posse em 1º de janeiro, contará inclusive com uma secretaria de privatizações, vinculada ao Ministério da Economia, com objetivo de acelerar o programa de desestatizações.

Mensagens de Natal

Também em redes sociais, Bolsonaro publicou nesta segunda-feira mensagens de Natal em que expressa o desejo de "restaurar o sentimento familiar" no país, além de contemplar "a chegada de um novo Brasil" a partir de 2019.

"Com humildade, aceitando quem tem no coração a vontade de construir um Brasil melhor, buscaremos nos próximos anos restaurar o sentimento familiar há muito desgastado em nossa sociedade, bem como a paz dentro de nossos lares. Tenhamos todos um Feliz Natal! Fiquem com Deus!", escreveu o presidente eleito.

Em outra mensagem, ele ainda diz: "É com este sentimento, inspirado na família simples que recebeu em um humilde presépio a encarnação do próprio Deus, que contemplamos a chegada de um novo Brasil".

Bolsonaro está na Restinga da Marambaia, no litoral do Rio de Janeiro, onde passará o feriado de Natal com sua família. O local é administrado pelas Forças Armadas.

Em vídeo divulgado por sua assessoria, durante um churrasco na Restinga, o capitão reformado faz uma brincadeira com o fato de ter sofrido um golpe de faca durante a campanha, em setembro, e sugere que o atentado o ajudou a ser eleito presidente.

Nas imagens, Bolsonaro aponta uma faca contra um oficial da Marinha e, em tom bem humorado, diz que o rapaz pode se tornar "presidente da ONU" caso também seja atingido. Ele se referia ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas, que é quem comanda o órgão.

A facada também foi lembrada em outra mensagem de Natal publicada nas redes sociais. Uma foto de Bolsonaro sendo carregado momentos após o ataque traz a seguinte mensagem: "Milagres existem… Juntos mudaremos o destino do Brasil. Feliz Natal".

EK/ots

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