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Biden promete "esforço de guerra" contra covid-19

22 de janeiro de 2021

Estratégia prevê ações para acelerar vacinação, produzir equipamentos de proteção e controlar disseminação do coronavírus no país, o mais afetado pela doença no mundo.

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Presidente dos EUA, Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, durante apresentação de plano de combate à pandemia
Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, durante apresentação de plano de combate à pandemiaFoto: Jonathan Ernst/REUTERS

O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, divulgou nesta quinta-feira (21/01) o plano de resposta de seu governo à pandemia de covid-19, que inclui dez decretos. A estratégia amplia iniciativas que já haviam sido antecipadas e detalha as medidas elaboradas para controlar a pandemia e ajudar na recuperação do país, o mais afetado do mundo pela covid-19, com mais de 24 milhões de casos confirmados e 410 mil mortes por complicações da doença.

De acordo com a emissora CNN, ao chegar à Casa Branca, a equipe de Biden soube que o governo do ex-presidente Donald Trump não havia elaborado nenhum plano de distribuição de vacinas contra a covid-19, motivo pelo qual a equipe do governante recém-empossado precisou projetar um a partir do zero.

A iniciativa tem entre suas metas a aceleração do ritmo de vacinação dos americanos, proporcionando mais recursos aos governos estaduais e locais, criando mais pontos de vacinação e uma campanha nacional de educação para restaurar a confiança da população.

"A Estratégia Nacional proporciona um roteiro para guiar os EUA a sair da pior crise de saúde pública em um século", afirma o plano, de 200 páginas.

"As coisas vão piorar antes de melhorar", avisou Biden, referindo-se à pandemia, alertando também que o número de mortes relacionadas ao coronavírus nos Estados Unidos provavelmente ultrapassará a marca de 500 mil em fevereiro.

Biden descreveu sua abordagem como um "esforço de guerra", ressaltando que mais americanos já morreram em consequência da covid-19 do que na Segunda Guerra Mundial.

O conselheiro de Biden para assuntos de saúde, Anthony Fauci, no entanto, deixou claro quão difícil será tal esforço. Ele afirmou que tratamentos poderosos usando anticorpos fabricados, que foram usados em Trump, não são eficazes contra variantes mais infecciosas do vírus que circulam na África do Sul e no Brasil, que ainda não foram detectadas nos Estados Unidos.

Lei de guerra

O governo de Biden também prevê recorrer à Lei de Produção de Defesa, adotada em 1950 em resposta à Guerra da Coreia e que permite mobilizar o setor industrial para priorizar questões de segurança nacional, acelerando o fornecimento de insumos para a fabricação de máscaras, respiradores e outros equipamentos contra a pandemia.

O plano do democrata também visa aumentar a realização de testes de coronavírus. Trump se opunha a isso por considerar que apenas aumentava as estatísticas negativas da incidência da doença.

A estratégia tem como metas a reabertura de escolas, negócios e retomada de viagens de maneira segura, assim como frear a propagação do vírus, que atualmente causa cerca de 3 mil mortes por dia no país, com recordes de até 4 mil em alguns dos últimos dias.

Além disso, o presidente estipulou a meta de aplicar 100 milhões de doses de vacinas nos primeiros 100 dias de mandato.

Apoio a esforços internacionais

Para financiar as medidas, ele pretende lançar um novo pacote de estímulo econômico no valor de 1,9 trilhão de dólares (mais de R$ 10 trilhões). O Congresso ainda não aprovou os fundos.

A estratégia prevê ainda que os Estados Unidos apoiem um plano global para combater a covid-19 e obter vacinas para os países mais pobres. O plano inclui pressionar o Congresso americano para obter mais financiamento para esforços internacionais. O retorno dos EUA a órgãos e acordos internacionais está entre as prioridades de Biden.

Uma de suas primeiras ações no cargo foi rescindir o plano de retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciado por Trump.

Quarentena para viajantes

"Quem vier de outro país para os EUA terá que ser testado antes de embarcar no avião", afirmou Biden. "E terá que entrar em quarentena quando chegar aos EUA." O presidente americano não deu detalhes sobre a duração da quarentena.

Um dos decretos prevê que viajantes estrangeiros sejam obrigados a aderir às diretrizes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) sobre viagens internacionais, incluindo "autoquarentena ou autoisolamento".

O CDC já havia anunciado na semana passada que um teste negativo de coronavírus será necessário antes da viagem aérea para os EUA. A medida entrará em vigor no dia 26 de janeiro. Ao mesmo tempo, as autoridades recomendaram ficar em casa pelos sete dias após a entrada – mas se trata apenas de uma recomendação.

MD/rtr/efe