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Biden diz que Putin já tomou decisão de invadir a Ucrânia

19 de fevereiro de 2022

Presidente dos EUA afirma que intervenção russa deve ocorrer nos próximos dias e incluirá ataque a Kiev. Após conversa com aliados, ele reiterou que Moscou planeja simular agressão ucraniana para justificar ação militar.

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USA Washington | Joe Biden zur Russland-Ukriane Krise
Foto: Alex Brandon/AP Photo/picture alliance

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira (18/02) que está convencido de que o líder russo, Vladimir Putin, tomou a decisão de invadir a Ucrânia. Ele disse ter razões para acreditar que a invasão russa ao país vizinho irá ocorrer nos próximos dias, o que deve incluir também um ataque à capital, Kiev.

"Neste momento, estou convencido de que ele tomou essa decisão", disse Biden. Ele explicou que essa avaliação se baseia em "capacidades significativas de inteligência", e que os EUA e seus aliados trabalharão unidos para assegurar que a Rússia pague um alto preço pela invasão.

Seus comentários vieram após uma videoconferência com os líderes de Alemanha, França, Canadá, Itália, Polônia, Reino Unido, União Europeia e Otan.

Os aliados se comprometeram a seguir em busca de meios diplomáticos, mas renovaram a ameaça da imposição coordenada e imediata de sanções de grande impacto em termos econômicos e diplomáticos, no caso de uma invasão russa.

Os líderes também discutiram esforços para assegurar a defesa e segurança do contingente da Otan no leste europeu. Nesta sexta-feira, a aliança militar do Atlântico Norte aumentou o nível de alerta para seus milhares de soldados na região devido ao agravamento das tensões no leste ucraniano.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, devem se reunir no dia 24 de fevereiro, mas Biden alertou que uma ação militar russa seria uma demonstração de que Moscou fechou de vez o caminho para a diplomacia.

Em meio ao acirramento das tensões nesta sexta-feira, os separatistas acusaram Kiev de lançar ataques nos territórios controlados pelos insurgentes. As milícias pró-Moscou relataram uma explosão de um carro-bomba próximo à sede do autoproclamado governo local em Donetsk. Segundo testemunhas, não houve feridos.

As lideranças ocidentais, por sua vez, renovaram os alertas de que a Rússia poderá utilizar uma suposta agressão ucraniana como pretexto para intervir militarmente no país vizinho.

Agências de inteligência ocidentais estão em alerta para o caso de Moscou realizar uma operação de "bandeira falsa", ou seja, simular um ataque inimigo para justificar uma agressão. A inteligência ucraniana relatou que os russos planejariam um ataque à região de Lugansk, que poderia ser o pretexto para uma ação militar.

"É um desafio à lógica elementar acreditar que os ucranianos iriam escolher este momento, com mais de 150 mil soldados russos em suas fronteiras, para agravar o conflito", disse Biden.

O americano destacou as "alegações falsas de um genocídio ocorrido em Donbass", além de desmentir que um bombardeio a um jardim de infância tivesse sido realizado pelas forças de Kiev, como acusou o governo russo.

Para o americano, isso é parte dos métodos russos de "criar uma falsa justificativa" para atacar a Ucrânia. Ele ressaltou que os EUA vêm denunciando os planos da Rússia, "não porque queremos um conflito, mas porque faremos de tudo em nosso poder para remover qualquer razão que Moscou possa dar para justificar uma invasão à Ucrânia".

rc (Reuters, AP)