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Alemanha prende 2 suspeitos de sabotagem em prol da Rússia

18 de abril de 2024

Dupla foi acusada de planejar atentados com explosivos e ataques incendiários contra instalações industriais e militares da Alemanha e dos EUA para sabotar apoio à Ucrânia.

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Símbolo do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha
Suspeitos são investigados por supostamente trabalharem para serviço de inteligência estrangeiro, em um caso considerado “grave” pelos promotores.Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance

Dois homens foram presos no estado alemão da Baviera por suspeita de planejarem atentados com explosivos e ataques incendiários para sabotar o apoio do governo alemão à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

O Ministério Público Federal da Alemanha informou nesta quinta-feira (18/04) que os acusados, identificados apenas como Dieter S. e Alexander J., que têm dupla nacionalidade alemã e russa, estão sendo investigados por supostamente trabalharem para um serviço de inteligência estrangeiro, em um caso considerado "particularmente grave" pelos promotores.

Os dois suspeitos foram presos nesta quarta-feira na cidade de Bayreuth, no sul da Alemanha. Suas residências e locais de trabalho foram vasculhadas pela polícia.

Dieter S., o principal acusado, é suspeito de ter avaliado potenciais alvos para os ataques, incluindo instalações das Forças Armadas dos Estados Unidos na Alemanha.

Alvos industriais e militares

Segundo os promotores, ele teria se colocado à disposição para "cometer ataques explosivos e incendiários, principalmente contra infraestruturas militares e industriais na Alemanha", motivo pelo qual teria coletado informações sobre potenciais alvos, "incluindo instalações militares das Forças Armadas americanas".

Segundo os investigadores, ele trocava informações e discutia potenciais atos de sabotagem com uma pessoa ligada aos serviços de inteligência da Rússia desde outubro de 2023. "Suas ações intencionavam, em particular, sabotar o apoio militar fornecido pela Alemanha à Ucrânia contra a agressão russa", disseram os promotores.

Dieter S. fotografou e filmou potenciais alvos, como transportes militares e equipamentos, e compartilhou as informações com seu contato nos serviços de inteligência russos.

Ele também deverá enfrentar a acusação de pertencer a uma organização terrorista estrangeira, já que os promotores possuem fortes suspeitas de que ele teria sido um combatente de um grupo armado da autointitulada "República Popular de Donetsk", no leste da Ucrânia, entre 2014 e 2016.

Seu comparsa, Alexander J., é suspeito de auxiliá-lo desde março de 2024.

O Ministro alemão da Justiça, Marco Buschmann, disse que Berlim está ciente de que "o aparato de poder da Rússia" também volta suas ações para a Alemanha", e considera que o país deve reagir a essas ameaças de maneira decisiva e defensiva.

A prisão dos suspeitos, segundo o ministro, foi "mais um êxito significativo das investigações" contra as tentativas de espionagem e sabotagem perpetradas pelas redes do presidente russo, Vladimir Putin.

Terreno fértil para espionagem russa

Desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Alemanha vem sendo alvo de diversas tentativas de espionagem por parte da Rússia, em meio à críticas de que Berlim age de maneira demasiadamente tolerante com Moscou.

O Departamento Federal de Proteção da Constituição da Alemanha (BfV), agência de inteligência interna do país, alertou no ano passado que as operações russas de espionagem e desinformação em solo alemão aumentaram significativamente, e devem continuar crescendo.

Em agosto do ano passado, um alemão que atuava na Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) foi preso sob suspeita fornecer informações sobre seu trabalho em uma divisão no Exército para as missões diplomáticas com a intenção de que fossem repassadas ao serviço secreto russo.

Um ex-funcionário da inteligência alemã está sendo julgado em Berlim por acusações de transferir informações confidenciais para Moscou. Os dados repassados revelaram que a Alemanha tinha acesso a detalhes das operações de mercenários russos na Ucrânia. Ele nega as acusações.

rc (ADP, DPA)