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Alemanha desativa mais três usinas nucleares

31 de dezembro de 2021

Desligamento ocorre nesta sexta-feira e faz parte do plano do governo alemão de eliminar a energia nuclear do país até 2022. Greenpeace celebrou o fato projetando frase em uma das usinas.

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Deutschland Atomkraftwerk Grohnde - Aktion von Greenpeace zur Stilllegung
Foto: Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance

A Alemanha vai desativar na noite desta sexta-feira (31/12) mais três usinas nucleares, como parte do plano para eliminar a energia nuclear no país até 2022.

As usinas de Brokdorf, no estado de Schleswig-Holstein, e Grohnde, na Baixa Saxônia, devem parar de funcionar perto da meia-noite. A de Gundremmingen, na Baviera, deve encerrar a operação às 22h.  

No entanto, a demolição legalmente prevista levará muitos anos para ser concluída.

Para celebrar o feito, na noite de quinta-feira, a organização não governamental Greenpeace projetou a frase "Por uma Europa sem energia nuclear" na torre de resfriamento da usina de Grohnde.

"A eletricidade vinda do vento e do sol já é significativamente mais barata do que a nuclear, e é mais segura. Para que a expansão das energias renováveis ​​progrida com rapidez suficiente, a Comissão [da União Europeia] não deve classificar as energias perigosas e sujas, como a nuclear e o gás, como sustentáveis", enfatizou o Greenpeace. 

"Satisfação e Alegria"

Na cúpula do reator da usina Brokdorf, foi projetado "Fim! Finalmente!". 

"Estamos aliviados que o pior cenário de um colapso central como o de Chernobyl e Fukushima não ocorreu aqui", declarou a Organização Antinuclear, responsável pelo ato. 

Por mais de três décadas, centenas de milhares de pessoas se manifestaram contra a construção e operação da usina de Brokdorf. 

"Isso nos enche de satisfação e alegria. O esforço valeu a pena", anunciou a organização.

Fase final da eliminação do nuclear

Em 2022, apenas três usinas nucleares seguirão em funcionamento na Alemanha: uma na Baviera, uma em Baden-Württemberg e uma na Baixa Saxônia. No fim do próximo ano, elas também serão desligadas. No entanto, duas usinas que produzem combustível e outros elementos para exportação continuarão operando.

Em 2011, o governo alemão anunciou a eliminação progressiva da energia nuclear no país, após o devastador acidente com o reator em Fukushima, no Japão. 

Recentemente, no entanto, o número de pessoas favoráveis à energia nuclear voltou a crescer porque, ao contrário da produção de eletricidade a partir do carvão, por exemplo, ela produz muito menos dióxido de carbono, prejudicial ao clima. 

As três usinas nucleares desativadas estavam entre as seis ainda em operação na Alemanha. Juntas, elas responderam por cerca de 12% da produção de energia elétrica no país em 2021, segundo dados preliminares do governo. Energias renováveis responderam por cerca de 41% da produção, com o carvão gerando pouco menos de 28%, e o gás natural, 15%.

A Alemanha tem como objetivo fazer com que fontes renováveis respondam por 80% da demanda energética até 2030, através da expansão da infraestrutura eólica e solar.

O novo governo, que pretende intensificar os esforços para proteção climática, apoiou o abandono gradual da energia nuclear no acordo de coalizão.

Outros países

Enquanto a Alemanha está eliminando todas as suas usinas nucleares, outros países como França, Reino Unido, Estados Unidos, Índia, Rússia e China continuam dependendo desse tipo de energia.

Globalmente, cerca de 440 reatores nucleares ainda estão em operação, fornecendo cerca de 10% da energia mundial. Cerca de 50 reatores nucleares estavam em construção este ano, 18 deles na China. Mais 300 usinas nucleares estão atualmente em fase de planejamento. 

As emissões da energia nuclear são significativamente mais baixas do que as do carvão, petróleo e gás natural. Ainda assim, em comparação com a energia eólica e solar, os custos da tecnologia são muito mais altos e a construção de usinas nucleares leva muito mais tempo.

le (DPA, AP, Reuters, ots)