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Alemanha constrói Museu do Holocausto

Estelina Farias31 de outubro de 2001

Labirinto de colunas sepulcrais e um centro subterrâneo de informações, no coração de Berlim, vão lembrar seis milhões de judeus exterminados pelos nazistas.

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Depois de 13 anos de discussão nacional acalorada, o início oficial da construção do Museu do Holocausto foi anunciado hoje, em Berlim, pelo presidente do Parlamento da Alemanha, Wolfgang Thierse. O memorial dos seis milhões de judeus exterminados pelas tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, encerrada há mais de 56 anos, deverá ficar pronto em 2004.

O custo do projeto do arquiteto de Nova York, Peter Eisenman, é calculado em 54 milhões de marcos (US$ 23,1 milhões), dos quais 50 milhões de marcos são do orçamento do Parlamento alemão (Bundestag) e o restante de doações particulares.

O Museu do Holocausto será erguido numa área de 19 mil metros quadrados, situada no coração da capital alemã, entre o Portal de Brandemburgo e a Praça de Postsdam, perto do antigo bunker onde o ditador nazista Adolf Hitler vociferou até a vitória final dos aliados sobre o Terceiro Reich, em 1945.

Labirinto- O memorial será formado por um labirinto de 2.700 colunas sepulcrais de diversas alturas e um centro subterrâneo de informações com material sobre o extermínio dos judeus nos campos de concentração nazistas e trabalhos forçados na Alemanha e nos países ocupados pelas tropas hitleristas.

A idéia de construção do memorial foi exigida pela primeira vez por Lea Rosh, em 1988, durante um debate sobre a perseguição dos judeus pela Alemanha nazista. Depois de um longo e veemente debate nacional, o Parlamento aprovou o projeto de Eiseman em 25 de junho de 1999.

Como testemunho da responsabilidade histórica dos alemães, a atual coalizão de governo social-democrata e verde, que tinha assumido o poder no ano anterior, decidiu ligar o monumento ao novo bairro do Parlamento e do governo que surgia em Berlim, para onde os trabalhos legislativos seriam transferidos oficialmente de Bonn em setembro de 1999.

Negação do Holocausto – A última polêmica em torno ao Museu do Holocausto aconteceu em agosto de 2001. A fundação particular dirigida por Lea Rosh teve que suspender uma campanha de arrecadação de recursos que negava, aparentemente, o Holocausto, como forma de chamar a atenção das pessoas. Em conseqüência da avalanche de críticas foram retirados os cartazes que diziam em letras garrafais nunca ter havido o Holocausto e mais abaixo, discretamente, esclarecia que muita gente ainda pensa assim erroneamente. Negar o Holocausto é crime passível de pena de prisão na Alemanha.