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Alemanha aumenta orçamento de ajuda militar para € 2 bilhões

15 de abril de 2022

Segundo ministro das Finanças, grande parte do valor será destinado diretamente para a Ucrânia. Governo alemão vem sendo criticado por não fornecer armas pesadas a Kiev.

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Olaf Scholz sério
Scholz vem sendo criticado pela oposição e pela coalizão de governo pela hesitação em enviar armas à UcrâniaFoto: Boris Roessler/dpa/picture alliance

O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, confirmou na noite desta sexta-feira (15/04) que o governo alemão aumentará os gastos com assistência militar para 2 bilhões de euros em 2022.

"Os fundos beneficiarão em grande parte a Ucrânia", escreveu Lindner, no Twitter.

A confirmação veio após a rede de televisão pública ARD revelar a informação. Segundo a emissora, mais de 1 bilhão de euros seriam destinados diretamente à Ucrânia, que poderá, se assim desejar, usar o valor para comprar armas.

Outros 400 milhões de euros iriam para o Mecanismo Europeu de Paz, um fundo extraorçamental da União Europeia destinado ao financiamento de ações no âmbito da política externa e de segurança comum que visem preservar a paz, prevenir conflitos e reforçar a segurança internacional - desta forma, indiretamente, o valor também poderia acabar indo para a Ucrânia.  

Ainda segundo a ARD, outros cerca de 400 milhões de euros serão destinados a outros países.

De acordo com a ARD, os dois bilhões de euros não fazem parte da verba extra especial de 100 bilhões de euros destinada recentemente à Bundeswehr, as Forças Armadas Alemãs, após a invasão russa na Ucrânia.

Scholz sob pressão

O anúncio do governo vem após semanas de pressão sob o chanceler federal, Olaf Scholz, que está sendo amplamente criticado pela oposição, pela sua coalizão de governo e por outros países, sobretudo pela Ucrânia, por não destinar ajuda o suficiente para Kiev e nem enviar armamento pesado ao país.

Embora pressionada a fornecer mais armas, o simples fato de enviar armamento à Ucrânia já significa uma mudança de postura brusca no governo alemão, que historicamente se nega a enviar armas para regiões em conflito.

Até agora, a Alemanha forneceu à Ucrânia suprimentos militares, incluindo granadas, mísseis antiaéreos, metralhadoras e munições, mas não armas pesadas, como tanques, helicópteros e aviões de combate.

Até recentemente, o país vinha se mantendo irredutível em não permitir que armas letais da Alemanha ou de fabricação alemã fossem enviadas à Ucrânia, uma política de longa data aplicada também a outros países. No entanto, em meio a críticas de várias nações, inclusive da própria Ucrânia, e à pressão de aliados da União Europeia e da Otan, mudou a postura. 

Kiev vem pedindo repetidamente ao governo da Alemanha que também forneça armas pesadas. O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, exigiu de Scholz um compromisso rápido para mais entregas de armas alemãs. "Espero que Scholz tome uma decisão positiva", disse Kuleba na quinta-feira

O governo alemão também vem sendo criticado pela oposição e por outros países por barrar embargos de larga escala da União Europeia ao gás e ao petróleo russos por ser extremamente dependente deles. 

le (dpa, ots)