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Alemanha acerta importação de hidrogênio verde canadense

24 de agosto de 2022

Na busca de alternativas à energia russa, chanceler federal alemão e premiê canadense fecham acordo para fornecimento da substância ao país europeu. Mas primeiras entregas só estão previstas para 2025.

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Justin Trudeau aperta a mão de Olaf Scholz
Trudeau e Scholz visam estreitar cooperação bilateral nas áreas de energia e meio ambienteFoto: DAVE CHAN/AFP

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, assinaram no Canadá nesta terça-feira (23/08) um acordo para importação pela Alemanha de hidrogênio canadense.

As primeiras entregas de hidrogênio do Canadá para a Alemanha estão previstas para 2025.

"Este é um voto de confiança no Canadá como líder em energia limpa", disse Trudeau em uma coletiva de imprensa conjunta com Scholz na cidade de Stephenville, onde está planejada uma usina eólica para produção de hidrogênio.

"O mundo não pode continuar a depender de países autoritários que, como a Rússia, instrumentalizam a política energética", ressaltou Scholz. "O futuro está no hidrogênio."

"O hidrogênio verde é uma chave importante para uma economia neutra em relação ao clima", explicou o ministro alemão da Economia, Robert Habeck. "Devemos promover resolutamente a proteção do clima para garantir a prosperidade e a liberdade."

Como parte do acordo, o Canadá deve promover a produção de hidrogênio, principalmente a partir de eletricidade renovável, para exportação para a Alemanha. A Alemanha se compromete a apoiar importadores e consumidores de hidrogênio verde.

Os dois países também se comprometeram a discutir sobre a possibilidade de Berlim comprar gás natural liquefeito (GNL) canadense.

Cooperação bilateral para energia e clima

Habeck descreveu o acordo de hidrogênio como "um marco importante na aceleração do crescimento do mercado internacional de hidrogênio verde, que abre caminho para novos projetos de cooperação transatlântica".

Scholz e Habeck viajaram para o Canadá no domingo com uma delegação de representantes empresariais. O foco da viagem de três dias foi a cooperação bilateral nas áreas de clima e energia.

Diante da crise energética provocada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, a Alemanha e outros países estão tentando se tornar menos dependentes do fornecimento de gás da Rússia. O chamado hidrogênio verde é frequentemente elogiado como fonte de energia do futuro – especialmente quando se fala em energias renováveis.

A substância tem grande potencial na indústria e no setor dos transportes. A principal vantagem do hidrogênio é que ele está disponível em quantidades praticamente ilimitadas – embora geralmente na forma de água. A combustão também não produz poluentes, apenas água.

No entanto, uma quantidade relativamente grande de energia é necessária para obter hidrogênio puro, a partir da divisão das moléculas de água. Essa eletrólise só é favorável ao clima se for usada energia produzida de forma sustentável.

Tanto o hidrogênio verde como o GNL são vistos como soluções de médio prazo e não poderão ajudar a Alemanha nos próximos meses. O Canadá ainda não tem meios para exportar GNL internacionalmente, e a produção de hidrogênio verde ainda está engatinhando.

md/lf (AFP, AP, DPA, Reuters)