Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos
"A informação independente e baseada em evidências é a alma da sociedade. O jornalismo enriquece nosso entendimento de todo tipo de temas políticos, econômicos e sociais e ajuda a ter uma governança transparente, responsável e bem informada em todos os níveis.
O trabalho realizado pelos jornalistas é vital, pois estamos enfrentando desafios sem precedentes e multifacetados da pandemia da covid-19.
A informação salva vidas. O jornalismo cumpre uma função crucial em um tempo de emergência da saúde pública – informando o público e monitorando as respostas das autoridades.
Hoje, mais do que nunca, precisamos que as informações fluam e que as pessoas tenham acesso a elas.
Os governos precisam de informações para tomar decisões apropriadas que respondam às realidades locais.
O público em geral – todos nós – precisamos de informações completas e precisas sobre a pandemia e estar envolvidos nas decisões que são tomadas em nosso nome. A participação em tais decisões aumenta o entendimento e, portanto, o cumprimento das medidas adotadas.
É chocante, neste contexto, que os jornalistas sejam atacados, ameaçados, detidos, acusados de crimes espúrios e até desapareceram por seu trabalho informativo sobre a pandemia.
Esses são ataques à liberdade de imprensa e ataques ao direito do público de ser informado.
Também me surpreendem as represálias contra os profissionais de saúde, que relatam nas mídias sociais as condições em que trabalham ou a falta de equipamento de proteção adequado. Esta informação também é de interesse público.
Em vez disso, Todos os esforços devem ser feitos para assegurar que sejam coletadas informações completas e disponibilizadas a todos.
Como vocês, estou aqui para honrar a coragem dos jornalistas que, apesar desses ataques, continuam investigando e reportando de forma crítica e sem medo.
Presto homenagem ao valor daqueles que desapareceram, foram detidos ou ameaçados por seu trabalho.
Meu escritório e as Nações Unidas continuarão a defender seus direitos humanos."