1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
HistóriaAlemanha

1.700 anos de vida judaica na Alemanha

Riki Bornhak
21 de janeiro de 2021

[Vídeo] Em 2021, país abriga série de eventos para celebrar a data. Uma nova exposição permanente no Museu Judaico de Berlim dá espaço à pluralidade de vozes em torno dos 1.700 anos de vida judaica no que hoje é o território da Alemanha.

https://p.dw.com/p/3oEzy

O fio condutor da nova exposição permanente no Museu Judaico de Berlim, de acordo com a diretora Hetty Berg, é a relação dos judeus com a sociedade não judaica, que ela define como "uma dinâmica entre pertencimento e exclusão".

No ano 321, um judeu recebeu pela primeira vez a permissão para ocupar um cargo oficial. Porém, durante séculos, os judeus em solo alemão eram apenas tolerados, muitas vezes excluídos — também da maioria das profissões. Na Idade Média, alguns enclaves prósperos foram criados sob a proteção dos bispos. Mesmo assim, seus residentes eram repetidamente afugentados, difamados e perseguidos. Sorte de quem era requisitado pelos príncipes como banqueiro e conselheiro financeiro. No século 17, os príncipes firmavam cartas de proteção a alguns judeus da corte, mas a relação de dependência permanecia.

No século 18, o Iluminismo deu a esperança de emancipação ao defender a liberdade religiosa, igualdade e direitos humanos a todos. Ao mesmo tempo, o filósofo Moisés Mendelssohn impulsiona a Haskalá, o iluminismo judaico, um movimento que promove um judaísmo moderno em diálogo com a cultura europeia. Esses acontecimentos levaram a um intenso intercâmbio de ideias entre escritores e filósofos judeus e não judeus sobre economia, ciência e cultura.

"Na Primeira Guerra Mundial, muitos judeus lutaram como soldados. E isso foi na época um sinal para os judeus de que eles realmente se tornaram parte da sociedade. Eles realmente se sentiram alemães", comenta Hetty Berg. Mas com a ascensão do regime nazista, os judeus foram sistematicamente excluídos da sociedade, marginalizados, perseguidos, forçados ao exílio e assassinados.

Antes de 1933, havia cerca de meio milhão de judeus na Alemanha, e depois de 1945, apenas poucos milhares.

"Acho que o Holocausto ainda é um ponto de referência muito importante na história judaica na Alemanha, em toda a Europa. Mas a novidade da atual exposição permanente é que o Holocausto não é mais apresentado como o fim de uma história. O mais importante é que as pessoas saibam mais sobre a vida judaica e os judeus. Porque muitos desses pensamentos preconceituosos vêm de uma lacuna de informação e conhecimento. Temos uma tarefa muito importante que é fazer com que os nossos visitantes tenham um encontro com essa cultura que desde a Idade Média faz parte do que hoje chamamos de cultura alemã", afirma a diretora do museu.