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Rui Pinto: "Portugal tornou-se lavandaria da elite angolana"

gcs
28 de agosto de 2020

Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, o hacker português afirma que tudo o que fez foi em nome do interesse público. E assegura que dorme "bastante bem" à noite.

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Foto: AFP/F. Isza

Nas vésperas do início do seu julgamento, na próxima sexta-feira (04.08), o hacker português Rui Pinto diz que a sua intenção foi sempre cooperar com as autoridades. E refere que tudo o que fez foi "para o público".

O português teria, no entanto, imposto uma condição para cooperar: o material que reuniu em vários discos rígidos não deveria ser usado contra ele. De acordo com a revista Der Spiegel, as informações já estão na posse dos investigadores.

"Durmo bastante bem"

Na primeira entrevista desde que foi libertado, o português afirma que a sua vida "continua em risco" após vazar os documentos dos escândalos "Football Leaks" e "Luanda Leaks".

Ainda assim, Rui Pinto revela que continua a dormir "bastante bem", porque cumpriu o seu principal objetivo, denunciar infrações.

"É revoltante que Portugal se tenha tornado uma lavandaria das elites angolanas", afirma na entrevista à publicação alemã, publicada esta sexta-feira (28.08).

Rui Pinto Whistleblower
Rui Pinto num tribunal em Budapeste, em março de 2019Foto: AFP/F. Isza

Contudo, Rui Pinto reconhece que, a certa altura, foi "ingénuo".

"Lamento em particular uma coisa: ter este contacto com Nélio Lucas".

Lucas é um antigo administrador da empresa Doyen Sports, que acusou Rui Pinto de tentativa de extorsão. De acordo com a acusação, o hacker português teria pedido entre meio milhão e um milhão de euros para não publicar documentos alegadamente comprometedores. Pinto justifica que queria apenas testar a empresa e rejeita ter cometido qualquer crime, escreve ainda a Spiegel.

Antes do início do julgamento na próxima semana, o hacker português, sob proteção policial, diz estar focado numa única coisa: "Quero resolver a minha situação legal […] Quero ser absolvido."

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