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Primeiro-ministro demitido vai recandidatar-se

Califa Soares Cassamá (Bissau) / Lusa13 de agosto de 2015

Depois da demissão do Governo guineense na quarta-feira, o Presidente José Mário Vaz vai iniciar as consultas para a nomeação do próximo primeiro-ministro. Domingos Simões Pereira promete concorrer de novo ao cargo.

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Primeiro-ministro demitido da Guiné-Bissau, Domingos Simões PereiraFoto: DW/M. Sampaio

Domingos Simões Pereira nota que a demissão do seu Executivo é constitucional, apesar de não estar de acordo com o ato do Presidente da República. E mantém o braço-de-ferro com José Mário Vaz.

Esta quinta-feira (13.08), o primeiro-ministro demitido adiantou que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que lidera, vai voltar a propor o seu nome para chefiar o Governo guineense.

"Os estatutos do partido são muito claros: em caso de vitória nas eleições legislativas, é o presidente do partido o chefe do Governo. Para além disso, o PAIGC esteve reunido a nível do seu 'bureau' político e reafirmou a pretensão de manter a confiança no seu presidente para o representar no ato da governação."

Acusações e contra-acusações

Guinea Bissau Afrika PAIGC
Sede do PAIGC em BissauFoto: DW

A demissão do Governo chefiado por Domingos Simões Pereira foi anunciada esta quarta-feira à noite, através de um decreto presidencial.

O chefe de Estado evocou uma suposta tentativa de obstrução da Justiça e de delapidação do erário público para justificar a quebra de confiança em Domingos Simões Pereira.

"Se o custo da estabilidade governativa é a corrupção, o nepotismo, o peculato, saibam que considero esse custo demasiado elevado para ser pago", afirmou José Mário Vaz num discurso à Nação, pouco antes de decretar a destituição do Governo.

O Presidente guineense questionou, por exemplo, onde foram parar 85 milhões de euros detetados no saldo das operações financeiras do Estado nos últimos 12 meses.

"Para além da grave crise política, susceptível de pôr em causa o regular funcionamento das instituições, no âmbito económico a situação é muito preocupante, porque pouco ou nada se fez durante o primeiro ano de mandato. E sempre que se fala neste sentido, evoca-se o pagamento de salários e o fornecimento regular da corrente eléctrica. O país não vive apenas com a satisfação destas duas necessidades."

Esta quinta-feira, o primeiro-ministro demitido refutou as acusações.

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"Há um relatório do FMI sobre o desempenho do Governo e esse relatório demonstra que o Governo não só cumpriu as metas programadas que havia fixado, como ultrapassou claramente esse resultado", disse Simões Pereira. "Vamos divulgar proximamente números exatos das contas públicas, mas penso antecipadamente que é fácil responder ao Presidente da República."

Nos próximos dias, o chefe de Estado vai dar início às consultas com vista à nomeação do próximo primeiro-ministro, que sairá do PAIGC, como Vaz prometeu.