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ONG denuncia "305 mil eleitores-fantasma" em Gaza

Lusa
22 de maio de 2023

"Parece que a novela se vai repetir", diz ONG moçambicana. Instituto Nacional de Estatística de Moçambique prevê o recenseamento de 517 mil potenciais eleitores em Gaza, mas STAE prevê registar muitos mais.

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Foto de arquivo
Foto: DW/C. Matsinhe

O Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, acusa o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de pretender recensear "305 mil eleitores-fantasma" na província de Gaza para as eleições autárquicas de outubro.

"Parece que a novela se vai repetir: o INE [Instituto Nacional de Estatística] prevê o recenseamento de 517 mil potenciais eleitores, mas o STAE de Gaza está a projetar recensear 822 mil", refere o CIP, num boletim que publicou esta segunda-feira sobre o registo de votantes na província, no sul do país.

A organização não-governamental é uma das que destacou observadores para os postos de recenseamento abertos desde 20 de abril e até 3 de junho.

"Mais uma vez, o STAE de Gaza não está a usar as previsões emitidas pelo Instituto Nacional de Estatística", que conduz os estudos sobre demografia, "mas as suas próprias projeções usadas nas eleições de 2019", acusa a ONG.

Situação semelhante no passado

Em 2019, o então presidente do INE, Rosário Fernandes, considerou inflacionados os números de eleitores registados pelos órgãos eleitorais em Gaza, um bastião da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder). Algum tempo depois, Fernandes foi exonerado do cargo, após uma reprimenda, em público, do Presidente da República.

Indiferente à contestação de organizações da sociedade civil e analistas, Filipe Nyusi acusou o INE e Rosário Fernandes de quererem "brilhar sozinhos", ao apresentarem, publicamente, dados e projeções da população de Gaza que refutam o apuramento dos órgãos eleitorais.

De acordo com o CIP, a situação repete-se e a oposição queixa-se de não estar a ter acesso aos números de eleitores inscritos naquela província. Aquela ONG diz que contactou o diretor provincial do STAE de Gaza, Mário Cossane, para se pronunciar sobre o assunto, mas o responsável declinou falar.

A Lusa não conseguiu uma reação dos órgãos eleitorais à acusação do CIP. 

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