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Novo Presidente José Mário Vaz quer fazer valer a lei na Guiné-Bissau

Braima Darame (Bissau)21 de maio de 2014

No domingo (18.5), José Mário Vaz (PAIGC) venceu a segunda volta da eleição presidencial contra Nuno Nabiam. Promete acabar com a instabilidade e a corrupção, além de promover a justiça na Guiné-Bissau.

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Foto: B. Darame

Rigor é a palavra de ordem que caracteriza José Mário Vaz, candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). O futuro Presidente de 57 anos de idade se diz um batalhador e um defensor acérrimo do trabalho.

"Eu fui presidente da Câmara. Fui ministro das Finanças," recordou antes da segunda volta das eleições presidenciais. "Alguns acham que fui demasiado duro na aplicação das leis. Mas eu não tinha outra ferramenta a não ser fazer valer a lei," avalia. "Se for eleito Presidente da República, as pessoas já me conhecem," concluiu.

"Um país de oportunidade"

Wahlkampagne von Jose Mario Vaz
Para a campanha de Jomav, foram feitos poucos cartazes, dísticos e comíciosFoto: B. Darame

José Mário Vaz, também conhecido como Jomav, ex-ministro das Finanças do Governo deposto pelo golpe militar de Abril de 2012, obteve na primeira volta do escrutínio presidencial 40,98% dos votos – ou seja, menos da metade dos votos necessários para que fosse diretamente eleito. Na segunda volta venceu com 61,9% dos votos.

Jomav prometeu acabar com a instabilidade e a corrupção, além de promover uma verdadeira justiça no país.

"Estamos muito preocupados com a situação do nosso país. A imagem do nosso país, nos últimos anos, não tem sido boa imagem, sobretudo perante a comunidade internacional," considerou antes de vencer as eleições.

O candidato do PAIGC diz que quer virar a página. "Queremos fazer da Guiné-Bissau, nos próximos tempos, um país de futuro, um país onde toda a gente vai gostar de viver, um país de oportunidade," promete Jomav.

Quem é Jomav

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Jomav obteve 40,98% dos votos na primeira volta do escrutínio presidencialFoto: picture-alliance/ dpa

José Mário Vaz licenciou-se em economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa. Casado há 32 anos e pai de três filhos, Jomav nasceu em Kaléquis, no norte da Guiné-Bissau.

Os seus detratores acusam-no de possuir vários imóveis, tanto no país como no estrangeiro. O candidato confirma a informação, mas não revela o tamanho de seu patrimônio.

"Não sou rico, mas também não faço parte dos pobres da Guiné. É difícil dizer quantas casas tenho," afirma.

"Tenho muitas casas na Guiné-Bissau, tenho casas na minha terra natal. Portugal, Senegal e Guiné-Bissau são os sítios onde tenho, digamos assim, o meu patrimônio concentrado," revela Jomav.

Jomav é conhecido também como o "homem do 25," lema criado por ele próprio quando era ministro das Finanças ao pagar os salários todos os meses, no dia 25 - algo que é apontado por muitos como um "trunfo eleitoral", num país onde os vencimentos em atraso fazem parte do quotidiano.

Jomav, o empresário conhecido

Antes de integrar o governo deposto pelo golpe militar de 12 de Abril de 2012, José Mário Vaz já era um empresário conhecido no ramo da construção civil, líder da Câmara de Comércio e tinha sido também presidente da Câmara de Bissau.

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Pertencente à etnia Manjaca, José Mário Vaz é acusado pelos militantes do PAIGC de pessoalmente não investir na campanha eleitoral, colocando as estruturas do partido em grandes dificuldade financeiras durante todo o processo.

Para sua campanha, foram feitos poucos cartazes, dísticos e comícios, apesar de ter ao seu serviço uma boa parte da máquina eleitoral do PAIGC.

Outrora um partido-Estado, o PAIGC goza, por conseguinte, do privilégio de ser a formação política guineense com maior implantação nacional e cujas cores e símbolos se confundem, por razoes históricas e de conformismo do debate político na Guiné-Bissau, com as do próprio Estado guineense.

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