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Candidatos às presidenciais guineenses prometem respeitar resultados

Braima Darame (Bissau)2 de maio de 2014

A máquina das duas candidaturas que vão discutir a segunda volta das eleições presidenciais de 18 de maio na Guiné-Bissau já está afinada para a caça ao voto que começa à meia-noite deste sábado (03.05) no país.

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Primeira volta das eleições gerais na Guiné-BissauFoto: SEYLLOU/AFP/Getty Images

A 24 horas do início campanha eleitoral, a capital Bissau já se pintava com as cores das bandeiras, cartazes e dísticos dos dois principais partidos, o Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social (PRS), que apoiam José Mário Vaz e Nuno Gomes Nabiam, respetivamente, estreantes na política guineense que disputam o pleito.

Na primeira volta, José Mário Vaz, também conhecido como Jomav, arrecadou 40,89% dos votos contra 24,79% de Nabiam.

A estrutura do PAIGC começa a campanha em Buba, no sul do país e domingo na capital e à tarde em Bafatá - continuando no resto da semana no Centro e Leste do país, setores de Ganadu, Contuboel, Gabú, Boé e Pirada, de acordo com o seu programa eleitoral.

Do lado da candidatura de Nuno Nabiam, independente apoiado pelo PRS, o maior partido da oposição, o programa ainda está a ser finalizado.

Temas recorrentes

Wahlkampagne von Jose Mario Vaz
José Mário Vaz, candidato do PAIGCFoto: B. Darame

Rui Landim, politólogo guineense, prevê discursos acentuados na promoção de estabilidade e paz: "O tema central da campanha será a estabilidade, como todos sabemos."

O politólogo está certo de que temas críticos no país serão novamente tocados durante a caça ao voto, "a governabilidade está em causa a restauração da democracia, a construção do Estado de direito e a autoridade do Estado. Este é um tema incontornável."

Por ser uma das eleições mais concorridas de sempre na Guiné-Bissau, a comunidade internacional teme que não venham a ser reconhecidos os resultados da segunda votação.

José Mário Vaz garante que aceitará a decisão do povo nas urnas. "Queria deixar a nossa posição claríssima, de que vamos aceitar o veredito popular, seja a favor do engenheiro Nuno Gomes Nabiam, seja a nosso favor", declarou.

"Dizemos isso porque estamos muito preocupados com a situação do nosso país", justifica Vaz.

Por isso, o candidato do PAIGC diz que pretende reverter o cenário: "A imagem do nosso país nos últimos anos não tem sido boa, por isso queremos virar a página e fazer da Guiné um país do futuro, onde toda a gente vai gostar de viver."

Iguais promessas

Nuno Nabian Präsidentschaftswahl in Bissau
Nuno Nabiam, candidato apoiado pelo PRSFoto: DW/M. Pessoa

Também Nuno Nabiam promete respeitar o veredicto das urnas. "Estamos aqui no exercício da democracia, quem ganhar é para o bem da democracia, vamos ter a coragem de (aceitar) que a democracia é assim, aceitar os resultados que saem das urnas", afirmou.

"Estou convicto que, da minha parte, vamos saber respeitar a vontade expressa pelo povo da Guiné-Bissau", acrescentou.o candidato.

O facto de Nuno Nabiam ter recebido o apoio de PRS e PAIGC não conseguir convencer o leitorado com o seu candidato, Paulo Gomes, o terceiro candidato mais votado na primeira volta, não vai influenciar a tendência de voto, segundo o analista Rui Landim.

"Há uma grande diferença entre o primeiro e segundo lugar, falo de mais de 100 mil votos de diferença entre os dois candidatos. Uma boa parte do PRS já tinha dito que ia votar no Nabiam. Na minha opinião, os 60 mil votos do senhor Paulos Gomes, são provenientes, em cerca de 85%, do PAIGC", explica.

A realização da segunda volta das presidenciais coloca um ponto final no período de transição que durou dois anos.

Dirigindo-se à comunidade internacional, Serifo Nhamadjo, Presidente de transição, pede uma assistência afincada dos parceiros após as eleições para o país.

Perto de 800 mil guineenses serão chamados às urnas para eleger o novo Presidente da República, entre JOMAV e Nuno Nabiam, a 18 de maio.

De acordo com os números finais da votação de 13 de abril, as taxas de abstenção foram as mais baixas de sempre, com 11,43% nas eleições legislativas e 10,71% nas presidenciais.

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