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FRELIMO e RENAMO acusam-se de atos ilícitos no recenseamento

Conceição Matende
13 de maio de 2023

Na província do Niassa, norte de Moçambique, a FRELIMO acusa a RENAMO de atos ilícitos no recenseamento. O partido da oposição, porém, diz que o partido no poder comete "grandes irregularidades" no processo eleitoral.

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Foto: Delfim Anacleto/DW

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), na província nortenha do Niassa, está a acusar os membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de cometer atos ilícitos e agressões físicas contra técnicos dos órgãos eleitorais.

As acusações foram apresentadas neste sábado (13.05) durante uma conferência de imprensa convocada pelo porta-voz da FRELIMO no Niassa. Benedito Henriques afirmou que a "RENAMO recruta pessoas que não fazem parte do raio eleitoral para se recensearem".

Segundo a fonte, a RENAMO agrediu fisicamente um agente técnico do órgão eleitoral em Lichinga e que há várias tentativas frustradas de recrutamento de pessoas oriundas de outros distritos da província para poderem se recensear.

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Benedito Henriques: "A RENAMO recruta pessoas que não fazem parte do raio eleitoral para se recensearem"Foto: Conceição Matende/DW

Acusações da FRELIMO

"No distrito de Lago, na vila de Metangula, um senhor, que por sinal é delegado distrital da RENAMO, não reside na vila autárquica mais sim no posto administrativo de Maniamba, foi flagrado a querer recensear-se. O caso já foi denunciado e acreditamos que a justiça já está a par dessa situação", denunciou o porta-voz da FRELIMO.

Henriques contou ainda que no distrito de Mandimba se registou uma tentativa de se inviabilizar o arranque do processo eleitoral pelo vice-presidente que trocou a fechadura do órgão eleitoral. O caso já foi reportado à Procuradoria, assegurou.

O porta-voz afirmou que a RENAMO ameaça os cidadãos para não aderirem ao recenseamento, alegando que as pessoas estão a favorecer ao partido FRELIMO e acrescentou que na autarquia de Marrupa se registou um recenseamento paralelo da RENAMO para poder se beneficiar.

RENAMO desvaloriza e aponta o dedo à FRELIMO

Por seu turno, o delegado provincial da RENAMO, Saíde Fidel, reagiu às acusações classificando-as como "infundadas".

Fidel disse que o seu partido não está a concorrer ao processo eleitoral autárquico pela primeira vez e sabe que em toda educação cívica que se faz junto ao eleitorado dizem que o processo é exclusivamente da população que reside na cidade de Lichinga ou nos distritos autárquicos.

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Saíde Fidel: "Quem recruta pessoas fora das autarquias para as cidades é a FRELIMO"Foto: Conceição Matende/DW

Fidel explicou que a FRELIMO traz essas acusações para justificar "as grandes irregularidades que eles cometem neste processo eleitoral".

"Quem recruta pessoas fora das autarquias para as cidades é a FRELIMO e o seu próprio Governo. Temos a informação que no distrito de Cuamba foram encontrados 150 bilhetes de identidade de pessoas não conhecidas e o processo está na comissão distrital das eleições. Estamos a fazer o acompanhamento e até neste momento não há nenhum pronunciamento dos órgãos", explicou Saíde Fidel.

De acordo com o delegado provincial da RENAMO, desde o início do processo eleitoral a comissão eleitoral não conseguiu atingir 30.000 eleitores, porque "a própria comissão passou a inviabilizar o decurso normal do processo de recenseamento reduzindo os números de pessoas recenseadas diariamente de 100 para 50".

STAE comenta a acusações

A DW procurou a Direção Provincial do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) no Niassa para esclarecimentos sobre as acusações dos partidos.

O órgão disse que os assuntos relacionados aos partidos não são da sua alçada, porque a função do órgão é de recensear pessoas e não partidos.

O STAE informou ainda que os brigadistas não têm conhecimento sobre a orientação política dos cidadãos recenseados.

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