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Subida do preço dos alimentos é por causa do ciclone Idai?

16 de maio de 2019

Nos mercados de Quelimane o preço dos alimentos disparou. Comerciantes associam a subida ao ciclone Idai. Mas o Governo diz que os preços continuam estáveis e que a especulação não está relacionada com o ciclone. 

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Foto: DW/M. Mueia

A inflação dos preços dos produtos alimentares regista-se desde março no mercado grossista. No mercado central da cidade de Quelimane, por exemplo, há mais reclamações dos revendedores. Queixam-se que não há clientes por causa de subida excessiva dos preços dos produtos.

"As coisas todas subiram de uma única vez, não sabemos o problema que está a acontecer", conta o comerciante Betinho Pedro. "A cebola estava a 1500 e agora compramos a 8 mil, a batata estava a 5 mil, agora está a 7.500. Quando colocamos os preços a 70 meticais por quilograma, os clientes reclamam, dizem que estamos a roubar aos clientes. O alho estava a 1200, subiu para 2500 meticais. Queremos pedir ao Governo para olhar para esta situação, estamos a passar mal", apela.

Há tendências de especulação

A inspetora das atividades económicas na província central da Zambézia, Vera Godinho, em relação aos preços dos produtos básicos alimentares garante: "Tivemos sim no mês de abril oscilação de preço da cebola nacional, disparou até 100 meticais por quilo. Recentemente os preços oscilam entre 80 a 100 meticais o quilograma, digamos que os preços estão estáveis."

Mas ressalva, "embora haja alguns comerciantes com tendências de especulação, os nossos técnicos estão no terreno a controlar os principais mercados."

Subida do preço dos alimentos é por causa do ciclone Idai?

Egídio Viagem, outro comerciante de Quelimane, admite que teve de aumentar o preço das batatas. "O preço ainda se mantém, está a 6.500 meticais um saco de 50 quilos de batata na venda, vendemos a 70 meticais e o dinheiro não sai, então vamos subir para 80 por quilo porque quando compramos a 6500 meticais e vendendo a 70 não dá lucro. A batata vem de Angonia, na província central de Tete, isso deve-se às cheias, para conseguir a batata lá não é fácil", explica.

A vendedora Amélia Filipe lamenta a subida de preços de produtos básicos alimentares na capital da província da Zambézia. "Nós aqui estamos a sofrer, os produtos estão mais elevados. Uma bacia de banana, está a mil meticais, batata esta sete mil, verdura 35 a 40 meticais, vou vender quanto? como é que vamos vender os produtos aos nossos clientes? Não estou a entender a situação daqui, se é Governo que está a fazer isso aqui, não houve ciclone, ciclone passou na Beira, aqui ninguém sofreu com ciclone", relatou à DW.

Ciclone não é o culpado, entendem autoridades

A inspetora Vera Godinho descarta também a hipótese de a provável especulação de preços de produtos alimentares na cidade de Quelimane ser um efeito do ciclone Idai, como dizem alguns comerciantes.

Mosambik Thema Anstieg Lebensmittelpreise nach Zyklon | Vera Godinho
Vera Godinho, inspetora das atividades económicas na ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

"Não vamos associar a especulação com o ciclone porque a ser assim teria acontecido logo em março e não agora em meados de maio. No olhamos nesse prisma porque mesmo nos pontos afetados pelo ciclone já estão a se erguer. O ponto mais fustigado pelo ciclone foi a cidade da Beira, estamos numa localização que nos permite receber mercadoria de outros pontos do país", justifica Vera Godinho.

Mas o consumidor Esmeraldo Custódio receia que os preços dos produtos alimentares fiquem mais caros nos próximos dias porque se avizinham as festividades de 1 de junho, dia Internacional da Criança.

"O quilo estava a 50, mas agora está a 60 meticais, a batata, a cebola, muita coisa subiu de preço e vão aumentar, não sabemos quando estivermos próximo das festas como as coisas vão estar", lamenta. 

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