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"Jomav" vence as presidenciais na Guiné-Bissau e Nabiam quer impugnar os resultados

Braima Darame (Bissau) / António Rocha / LUSA 20 de maio de 2014

De acordo com os resultados provisórios anunciados por Augusto Mendes, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Mário Vaz, venceu as eleições presidenciais na Guiné-Bissau.

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Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

José Mário Vaz, apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau
e Cabo Verde (PAIGC), obteve 61,9 por cento dos votos na segunda volta das eleições presidenciais, realizada no domingo (18.05), enquanto o candidato Nuno Nabiam recolheu 38,1 por cento.

Recorde-se que o PAIGC já tinha conquistado a maioria absoluta nas eleições legislativas de 13 de abril e consegue agora eleger um Presidente.

Domingos Simoes Pereira
Domingos Simões Pereira, Primeiro ministro indigitado da Guiné-BissauFoto: DW

José Mário Vaz, venceu em 22 dos 29 círculos eleitorais da Guiné-Bissau.

"Jomav" promete um novo rumo para o país

Em declarações a imprensa José Mário Vaz já prometeu uma nova Guiné a partir de agora. "Quero dizer aos guineense que chegou o momento para voltarmos a página. A Guiné-Bissau vai conhecer novos rumos e portanto vamos trabalhar para o bem estar do nosso povo e da nossa terra".

Nuno Nabiam anunciou que vai impugnar os resultados

Por seu turno, o candidato derrotado, Nuno Gomes Nabiam, diz que pelas contas que fez é na verdade ele o grande vencedor dessas eleições, pelo que nas próximas horas tomará uma decisão pública se aceita ou não os resultados da CNE. "Os resultados divulgados não estão em conformidade com os nossos. Penso que venci essas eleições, mas iremos falar sobre estes resultados mais tarde". Entretanto, segundo a agência de notícias LUSA, a direção da campanha de Nuno Nabiam anunciou que vai impugnar os resultados anunciados pela CNE.

Com esta posição de Nuno Nabiam, aumentou ainda mais o clima de tensão político-militar que desde dias se vive no país. Mas, Ramos-Horta, representante da ONU, tem garantias dos militares de que não vão intervir no processo. "As chefias militares comprometeram-se a manter a segurança sobretudo dos apoiantes dos candidatos".

Präsidentschaftswahl in Guinea-Bissau 13. April 2014
José Ramos-HortaFoto: DW/Márcio Pessoa
Augusto Mendes, CNE
Augusto Mendes, Presidente da CNEFoto: B. Darame

UA pede suspensão das sanções contra a Guiné-Bissau

A União Africana (UA), afirma que com a publicação dos resultados está agora aberta a possibilidade de serem levantadas as sanções impostas à Guiné-Bissau aquando do golpe militar de 2012. Para Ovídio Pequeno, da UA, "estamos num processo e estou convencido que o Conselho da Paz e Segurança da UA tomará nota deste proccesso. Aguardamos a tomada de posse dos novos dirigentes e a partir daí iremos falar sobre o levantamento das sanções".

Também, Joaquim Ducai, Chefe da delegação da União Europeia, abre uma nova janela para o país no seio dos 27. "Nunca abandonamos o povo da Guiné-Bissau e vamos continuar a apoiá-lo", concluiu.

Na contagem total, Vaz conseguiu 364.394 votos contra 224.089 para Nabiam, candidato independente apoiado pelo Partido da Renovação Social (PRS), principal força da oposição, e conotado com os militares autores do golpe de Estado de 2012.

A nível regional, Nabiam venceu nas regiões de Tombali (sul) e Oio (centro), enquanto Vaz venceu nas restantes sete (Bissau, Quinara, Biombo, Bolama, Bafatá, Gabú e Cacheu) e também na diáspora.

A abstenção subiu em comparação com a primeira volta das presidenciais: de 10,71 por cento para 21,79 por cento.

Kombibild Jose Mario Vaz und Nuno Gomes Nabiam
José Mário Vaz (esq.) e Nuno Nabiam, vencido e vencedor das eleições presidenciais na Guiné-BissauFoto: Seyllou/AFP/Getty Images

Conselho de Segurança da ONU saúda "conclusão bem sucedida"

Os membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU saudaram a conclusão bem-sucedida da segunda volta das eleições Presidenciais na Guiné-Bissau, realizada no domingo (18.05), divulgou o Escritório Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).

De acordo com a nota, os membros do Conselho de Segurança da ONU foram informados sobre a situação política na Guiné-Bissau, na segunda-feira à noite (19.05), pelo representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau José Ramos-Horta, e o presidente da Comissão de Configuração da Guiné-Bissau para Construção da Paz, embaixador António de Aguiar Patriota.

O Conselho de Segurança também expressou a sua gratidão pelas contribuições da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Nigéria, de Timor-Leste e aos doadores do fundo gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em particular a União Europeia (UE).

ONU aplaude o povo guineense pela boa participação no pleito

Os membros do Conselho de Segurança, segundo a nota, exortam às autoridades de transição a cumprirem o seu compromisso, com a conclusão do processo de transição e aplaudiram o povo da Guiné-Bissau, que participaram na eleição em números recordes.

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"Apelaram a todas as partes para respeitarem o resultado eleitoral como expressão da vontade democrática do povo da Guiné-Bissau e também exortaram os partidos políticos a resolverem pacificamente quaisquer possíveis reclamações resultantes das eleições, usando as vias apropriados", referiu ainda o documento.

Os membros do Conselho de Segurança pediram ainda "aos serviços de segurança para respeitarem a ordem constitucional, incluindo os resultados das eleições, e reiteram o pedido ao setor de segurança para se submeter totalmente ao poder civil".

O Conselho de Segurança apelou à comunidade internacional para continuar a apoiar os esforços da Guiné-Bissau na construção da nação e expressou ainda o seu apoio ao representante especial José Ramos-Horta, elogiando o seu papel "no sentido de facilitar um ambiente propício à realização de eleições livres e justas".

Ovidio Pequeno
Ovídio Pequeno, representante da UAFoto: Braima Darame

Na segunda-feira (19.05), o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, já havia saudado a forma globalmente pacífica em que se realizou a segunda volta das eleições Presidenciais na Guiné-Bissau.

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