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Iki Mobile constrói fábrica em Angola

Rodrigo Vaz Pinto
16 de maio de 2019

A fabricante portuguesa de telemóveis pretende inaugurar a sua primeira fábrica em outubro deste ano na localidade de Benfica em Luanda (Angola). A fábrica vai ter capacidade para produzir cem mil telemóveis por mês.

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Symbolbild Online-Shopping
Foto: Imago/PhotoAlto

Vão ser criados entre 70 a 80 postos de trabalho. O objetivo da marca é consolidar a sua posição no mercado angolano. O futuro da economia angolana passa pela diversificação e esta empresa portuguesa está a dar os primeiros passos nesta direção.

Angola procura diversificar a economia e apostar noutros setores que tragam empregos e novas oportunidades. A lei do investimento privado foi atualizada no ano passado e o Presidente João Lourenço também prometeu criar 500 mil postos de trabalho até 2021.

Estratégia de futuro

A fabricante portuguesa de telemóveis Iki Mobile é um exemplo do investimento no mercado angolano e procurar oportunidades em países vizinhos como a Zâmbia, o Botswana ou até a África do sul. Tito Cardoso é o director-executivo e explica por que motivo Angola é "uma ponte importante".

Smartphone von Iki Mobile
Smartphone do Iki MobileFoto: Iki Mobile

"Fazia todo o sentido apostar no mercado de Angola e construir lá uma fábrica que permita produzir internamente para o mercado, permita ter preços mais competitivos, ganhar aquele mercado uma vez por todas e fazer a exportação para cerca de 16 mercados que tenham com Angola parcerias estratégicas comerciais. Ao conseguirmos produzir em Angola não vamos aumentar os nossos custos, conseguimos que o nosso produto fique mais competitivo e também promover parcerias muito importantes com empresas, operadoras, distribuidoras dos mercados próximos e dos da  SADC(Comunidade de Desenvolvimento da África Austral). Angola é uma ponte importante", sublinha.

Algumas empresas, que tentaram estabelecer-se em território angolano encontraram dificuldades no passado com o fornecimento de energia e as alfândegas. Apesar de tudo Tito Cardoso acredita que não haverá problemas. O fornecimento de energia da fábrica, por exemplo, terá geradores para garantir o seu normal funcionamento se houver cortes de eletricidade. O director-executivo da fabricante portuguesa de telemóveis também refere que até ao momento ainda não teve dificuldades na alfândega e que os negócios correram de maneira fluída.

É ainda possível que outros países de língua portuguesa em África e noutros continentes possam acolher fábricas da marca no futuro, explica Tito Cardoso.

Iki Mobile

"Temos mantido reuniões com mercados que acham que era muito interessante que fossemos para lá. Esses mercados têm parcerias estratégicas muito importantes com outros mercados. Posso dar o exemplo de Cabo Verde, que é um mercado muito pequenino, não é um mercado que traga muito consumo em telemóveis. Mas depois eles têm umas parcerias interessantes também com os mercados da Costa do Marfim e com a própria Nigéria”.

Investimento em Angola

Apesar dos eventuais contratempos que possam surgir em Angola, o economista Francisco Miguel Paulo, investigador da Universidade Católica de Angola, diz que as empresas que investirem agora podem ter proveitos no futuro.

 "Angola na região não é um país qualquer, é a segunda maior economia da SADC. Angola está em fase de aderir à zona económica livre da SADC. A SADC é um mercado comum, é uma zona de desenvolvimento, que tem muitos habitantes. O facto de investir em Angola pode ter acesso aos mercados dos países vizinhos. Angola também está preparar-se para aderir à zona de comércio livre africana continental. Mas quem conseguir investir nesse momento pode colher os benefícios”.

A fábrica da Iki Mobile vai ter capacidade para produzir 100 mil telemóveis por mês e deve começar a sua produção em outubro deste ano na localidade de Benfica, em Luanda. Francisco Miguel Paulo acredita que a diversificação da economia é ponto-chave para as empresas que queiram investir em Angola num futuro próximo.

"A diversificação é uma das soluções para estabilização macro económica do país. Vai levar tempo, mas tem começar já. Partindo dos investidores procurarem investir mais no sector não petrolífero, porque é este o sector com maior potencial de gerar emprego e o dos seus produtos chegarem aos países vizinhos”.