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Huambo: UNITA acusa militantes do MPLA de agressões

José Adalberto (Huambo)
20 de abril de 2022

A UNITA acusa militantes do partido no poder de perseguirem e agredirem os seus membros na província do Huambo. O MPLA desvaloriza as alegações e diz que a UNITA gosta de se fazer de vítima.

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Sede da UNITA na província do HuamboFoto: José Adalberto/DW

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) diz que os seus militantes estão a ser impedidos de realizar ações político-partidárias nas zonas onde residem, na província do Huambo.

O maior partido da oposição em Angola denuncia perseguições, agressões e, em alguns casos, até mesmo expulsões de residentes dos municípios da Caála, Ucuma e Londuimbali, tudo alegadamente por militarem no "Galo Negro".

"Da cronologia dos atos de intolerância política ocorridos desde o princípio deste ano, é notável a tendência crescente dos mesmos e o seu grau de violência à medida em que nos aproximamos das eleições", previstas para agosto, disse esta quarta-feira (20.04) a secretária provincial da UNITA no Huambo, Navita Ngolo, em conferência de imprensa.

De acordo com Ngolo, o "discurso dos membros do partido no poder tem subido de tom e de agressividade, acompanhado dos atos de intolerância política a nível nacional".

"UNITA vitimiza-se por tudo e por nada"

Ouvido pela DW África, o secretário do comité provincial do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) do Huambo, João Kalupeteca Chieva, desvalorizou as acusações da responsável da UNITA.

Zerstörtes Haus in der Provinz Huambo, Angola
Foto cedida pela UNITA de casa destruída, alegadamente por militantes do MPLAFoto: UNITA

"O que se passa hoje é que a UNITA se vitimiza por tudo e por nada", afirmou Chieva. "Todo o problema que acontece na comunidade é atribuído ao MPLA, que, para eles, é o responsável por todas as desgraças que a UNITA tem hoje, e não se lembram do passado histórico que deixou para este povo."

O secretário do comité provincial do MPLA refere que o seu partido é o "principal interessado" pela manutenção da paz social que o país vive.

Trocas de acusações antes das eleições

Em janeiro, o presidente do MPLA, João Lourenço, acusou os opositores de mandarem para as ruas "jovens descontentes" para "queimar pneus e partir vidros de carros", após a destruição da sede do partido no Benfica, durante a greve dos taxistas de Luanda. Os "maninhos" refutaram as alegações.

Navita Ngolo, secretária provincial no Huambo e deputada da UNITA na Assembleia Nacional, fez saber esta quarta-feira que o seu partido não vai responder a provocações com violência.

"A UNITA não cairá nas armadilhas que possam pôr em causa o clima de paz e de reconciliação nacional conquistado com muito sacrifício, tendo Angola perdido milhares dos seus melhores filhos", asseverou.

A responsável espera, porém, que as autoridades judiciais e governamentais façam cumprir a lei.

Já este mês, em entrevista à DW, o líder da UNITA, tinha acusado os administradores e governadores provinciais de incitarem à violência. Na altura, Adalberto Costa Júnior também apelou aos militantes do partido para não escorregarem nessa "casca de banana".

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