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ConflitosEtiópia

Etiópia: Governo anuncia ajuda financeira para Tigray

Lusa | nn
4 de fevereiro de 2023

O Governo etíope anunciou este sábado (04.02) o início do envio do equivalente a cerca de 83 milhões de euros para a capital da região de Tigray, para restabelecer os serviços bancários nesta zona devastada pela guerra.

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Foto: Ethiopian Broadcasting Corporation

O conselheiro nacional Redwan Hussei escreveu na rede social Twitter que o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, já ordenou a transferência de fundos, que deverão começar a ser distribuídos na segunda-feira (06.02). 

O Governo determinou ainda que a transportadora aérea nacional Ethiopian Airlines vai aumentar de três para cinco os voos diários para a região. 

Na sexta-feira (03.02), o primeiro-ministro reuniu-se com líderes da região de Tigray pela primeira vez desde um acordo de paz assinado em novembro, após um sangrento conflito entre o Governo federal e os rebeldes nesta zona do norte da Etiópia. O acordo, celebrado em novembro, definiu as linhas mestras para resolver dois anos de um violento conflito, que tem devastado o norte do país.  

Num breve comunicado, Redwan Husein explicou que na sequência da reunião, realizada em Halala Kela, sudoeste do país, o chefe do Governo, Abiy Ahmed, aprovou uma série de decisões destinadas a recuperar o contacto a nível bancário e de transportes com a região setentrional do Tigray. 

A intenção, referiu Husein, é estabelecer bases para "impulsionar a confiança" entre ambas as partes e "facilitar a vida dos civis". 

O conflito no Tigray estalou em novembro de 2020, depois de um ataque da TPLF contra a principal base do Exército, situada em Mekelle, após o que o Governo ordenou uma ofensiva contra o grupo, na sequência de meses de tensões a nível político e administrativo, incluindo a rejeição da TPLF na hora de reconhecer um adiamento eleitoral e a sua decisão de celebrar comícios regionais à margem de Adis Abeba.

A TPLF acusava Abiy de agudizar as tensões desde a chegada ao poder, em abril de 2018, quando se converteu no primeiro oromo (grupo étnico da etiópia) a assumir o cargo.

Até então, a TPLF havia sido a força dominante dentro da coligação que governou a Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope, baseada nas etnias.

O grupo opôs-se às reformas de Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência. O conflito posterior tornou-se num dos mais brutais da história mais recente do continente.

O mediador da União Africana (UA) para o Tigray, Olusegun Obasanjo, estimou, em entrevista recente, que cerca de 600.000 pessoas podem ter morrido durante a guerra, uma estimativa corroborada de perto por especialistas internacionais no conflito. Responsáveis etíopes sob condição de anonimato estimaram, por seu lado, que o número de mortos se situará em cerca de 100.000.

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