Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, o centrista Emmanuel Macron venceu com 66,1% dos votos, contra 33,9% de Marine le Pen. Ou seja, com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de hoje.
As últimas sondagens antes da votação neste domingo já mostravam que Emmanuel Macron era o favorito com entre 10% e 15% pontos percentuais de vantagem na intenção de voto face a Marine le Pen, a candidata do partido de extrema-direita União Nacional.
Porém hoje, na sala principal do pavilhão d'Armenonville, onde se encontraram mais de 500 militantes e apoiantes de Marine Le Pen, ouviram-se assobios, apupos e muitos choros, mas também "Bravo, Marine", quando, às 20h00 (hora local) a cara de Emmanuel Macron surgiu nos três ecrãs televisivos que se encontram por detrás do palco onde a candidata do partido União Nacional vai discursar.
A candidata Marine Le Pen.
"Marine, Marine, Marine"
Antes, à medida que os canais televisivos iam fazendo a contagem decrescente para o anúncio dos resultados, vários apoiantes colocaram as mãos na cara, alguns taparam os olhos, outros juntaram as mãos em sinal de reza. Quando faltavam apenas cinco segundos para o vencedor ser revelado, começaram a ouvir-se vários aplausos e gritos de "Marine, Marine, Marine".
Após saber que a sua candidata tinha sido derrotada, um dos apoiantes, em prantos, disse que estava "desiludido pelo resultado", que puseram fim a "oito meses de campanha muito intensa".
Marine Le Pen apareceu ao telefone na varanda do Pavilhão d'Armenonville, por volta das 20h09, onde abraçou várias das suas pessoas mais próximas. Às 20h12, subiu ao palco, onde já discursava.
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França devolve obras de arte ao Benim
Uma exposição especial em Paris
Quase 130 anos depois de terem sido acrescentadas à coleção francesa, as obras de arte estão agora a ser devolvidas ao Benim, na África Ocidental. Antes da sua restituição, as obras do antigo Reino de Dahomey (situado no atual Benim) foram expostas numa exposição especial em Paris, de 26 a 31 de outubro.
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França devolve obras de arte ao Benim
Um reino temido
Dahomey, que existiu entre o século XVII até ao final do século XIX, foi um dos reinos africanos mais poderosos. Behanzin (na foto) é considerado o seu último governante independente, chegando ao poder através de estruturas tradicionais. Liderou a resistência nacional contra as tropas francesas quando estas invadiram o reino, em 1890.
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França devolve obras de arte ao Benim
As grandes estátuas reais
Em 1892, enquanto as tropas francesas conquistavam o país, vários artefactos - incluindo estas três estátuas reais - foram roubados do palácio real em Abomey e trazidos para França. Foram exibidas pela primeira vez no "Musee du Trocadero", antes de se mudarem em 2006 para o "Musee du Quai Branly". A construção do controverso museu custou mais de 235 milhões de euros.
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França devolve obras de arte ao Benim
Planos para as obras no Benim
No Benim, as obras de arte serão expostas pela primeira vez na casa do governador na cidade costeira de Ouidah, situada ao lado do Museu de História (foto). Seguidamente, passarão para a antiga cidade real de Abomey, onde será construído um museu inteiramente novo. O Benim, que se tornou independente em 1960, escreveu ao governo francês em 2016, exigindo a devolução das obras.
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França devolve obras de arte ao Benim
Uma promessa cumprida
Em 2017, o Presidente francês Emmanuel Macron tinha-se comprometido a facilitar uma lei sobre a restituição da arte saqueada. Até então, os objetos culturais mantidos pela França estavam sujeitos a um quadro jurídico especial. Enquanto bens públicos, eram inalienáveis, independentemente das circunstâncias de aquisição. A lei que permite a transferência de coleções foi aprovada em 2020.
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França devolve obras de arte ao Benim
A espada de El Hadj Omar
Para além da restituição das obras de arte beninenses, a França devolveu também em 2019 uma valiosa espada, que pertencia ao general e estudioso El Hadj Omar, ao que é hoje o Senegal. Foi a primeira restituição feita pela França a uma das suas antigas colónias. Nesta foto, o Presidente Macky Sall do Senegal (à direita) aceita a espada.
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França devolve obras de arte ao Benim
Carpintaria valiosa
Para além das estátuas reais, outros objetos reais como ceptros e altares portáteis serão restituídas ao Benin. Esta cadeira real ricamente decorada será também devolvida à África Ocidental. Além do Benim, seis outros Estados africanos - Senegal, Mali, Chade, Costa do Marfim, Etiópia e Madagáscar - apresentaram pedidos de restituição à França.
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França devolve obras de arte ao Benim
Património perdido
Estima-se que a Europa detenha 90% do património cultural material de África. Só em Paris, as coleções do Museu du Quai Branly contêm cerca de 70.000 obras de arte da África subsaariana. Mais de metade foram adquiridas durante o período colonial francês. Estão actualmente em curso investigações para determinar se foram injustamente obtidas.
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França devolve obras de arte ao Benim
Entrega prevista para meados de novembro
Outros países da Europa comprometeram-se também a devolver a arte dos contextos coloniais aos seus países de origem. A Alemanha, por exemplo, quer devolver os chamados bronzes do Benim à Nigéria a partir de 2022. Em França, o Presidente Macron vai assinar os documentos oficiais de entrega ao Benim no dia 9 de novembro. Espera-se que as obras de arte cheguem ao país brevemente.
Autoria: Annabelle Steffes-Halmer