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Partido dos "renovadores" quer paz na Guiné-Bissau

Iancuba Dansó (Bissau)
29 de maio de 2023

Integrante do atual Governo, o PRS tem criticado o sistema da governação, dizendo que o país está "mal". Perspetivas para que o partido consiga eleger mais deputados nas próximas eleições são otimistas, diz analista.

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Sitz PRS - Partei von Guiné-Bissau
Foto: DW/B. Darame

Fundado em 1992 e catapultado pelo antigo Presidente da República, o falecido Kumba Yalá, o Partido da Renovação Social (PRS) ganhou uma vez as legislativas, em seis eleições do género realizadas na Guiné-Bissau.

Para as eleições de 04 de junho, o "partido dos renovadores", que conta atualmente com vários dirigentes no atual Governo de iniciativa presidencial, procura recuperar as suas bases e superar o revés sofrido em 2019, quando caiu de 41 para 21 deputados eleitos.

Na sua campanha eleitoral, o cabeça de lista, Florentino Mendes Pereira, critica a atual crise social instalada no país, apontando o dedo, sobretudo, aos discursos de alguns adversários políticos. 

"Hoje, os incompetentes estão à nossa frente, não sabem dirigir o país e recorrem a questões étnicas. Não é a etnia que vos dará a bolsa de estudo, não é a etnia que vos dará o emprego, nem o bom salário. Só um Governo competente vos dará essa solução [para os problemas]", garante.

Guinea-Bissau Florentino Mendes Pereira, Generalsekretär PRS
Florentino Mendes Pereira promete paz e estabilidade para o paísFoto: DW/F. Tchumá

O Partido da Renovação Social tem arrastado multidões nos comícios. Os seus discursos assentam na necessidade de mudar o atual panorama do país.

Obstáculos

Em entrevista à DW, Fernando Mandinga da Fonseca, professor universitário, afirma que este tipo de discurso, critico ao atual Governo, pode ser um "obstáculo" ao partido, uma vez que, nota, o "eleitorado pode não aceitar" esta "contradição".

"É um PRS que tem elementos no Governo e faz discursos contra ele. Portanto, há uma certa contradição do próprio partido", frisa.

Desde 1994, ano em que foram realizadas as primeiras eleições multipartidárias na Guiné-Bissau, nenhum Governo completou uma legislatura de quatro anos, uma situação provocada por crises políticas cíclicas. 

Por isso, diz o candidato ao cargo de primeiro-ministro do PRS, a paz e a estabilidade são as prioridades do partido. 

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"Quem pensa dirigir a Guiné-Bissau nos próximos tempos, tem de fazer com que este país seja de paz, onde haja também estabilidade, segurança e onde as instituições da República sejam consolidadas. É por isso que o PRS prioriza, no seu programa eleitoral, a consolidação da paz e estabilidade".

Mais deputados

De acordo com o professor universitário Fernando Mandinga da Fonseca, as perspetivas para que o Partido da Renovação Social consiga um maior número de deputados eleitos são "otimistas". Isto porque, explica, "a APU-PDGB, que é uma força política que tem a mesma base eleitoral que o PRS, está a mostrar uma certa dificuldade, uma vez que o líder da APU-PDGB é o atual primeiro-ministro [Nuno Nabiam], e está sem discurso junto ao eleitorado". 

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