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Edil de Maxixe recusa-se a morar na residência oficial

25 de fevereiro de 2020

Desde que assumiu o poder, há um ano, Fernando Bambo, presidente do Conselho Municipal de Maxixe, província moçambicana de Inhambane, nunca viveu na residência protocolar. Na cidade suspeita-se de atos de superstição.

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Reabilitação da residência oficial do edil de Maxixe já custou cerca de 9 milhões de meticaisFoto: DW/Luciano da Conceição

A reabilitação da residência oficial do edil já foi concluída, mas Fernando Bambo optou por ficar a residir na sua casa particular, o que acarreta custos adicionais para os cofres do Estado.

Simeão Uelemo, chefe da bancada da RENAMO na Assembleia Municipal, culpa o partido no poder, a FRELIMO, por permitir transformar a residência privada do edil em casa protocolar.

A residência teve de ser reabilitada e equipada com nova mobília, novo sistema de abastecimento de água e energia, além de aumento do número de trabalhadores. 

O caso incomum leva Simeão Uelemo a desconfiar que o presidente cessante tenha deixado um feitiço na residência oficial. "Teria deixado feitiço. Não sei, ele é o terceiro que deveria estar a viver naquela casa protocolar. Significa que provavelmente a bancada da FRELIMO tenha permitido ao presidente viver em sua casa para pagar a sua própria casa, sem aprovação da Assembleia Municipal. Mas isso é punido pela lei", lembra.

Residência oficial já foi reabilitada

A reabilitação da residência oficial do edil de Maxixe já custou aproximadamente 9 milhões de meticais (mais de 126 mil euros). José Sinequinha, chefe da bancada do MDM, a segunda maior força da oposição, considera estranha a atitude do atual edil, já que nos últimos meses da anterior administração a residência já tinha sido reabilitada. 

Edil de Maxixe recusa-se a morar na residência oficial

"Tanto quanto nós sabemos no mandato anterior, diz-se, segundo os orçamentos aprovados, que foi reabilitada. É estranho que ainda no início deste mandato a casa tenha que voltar a ser reabilitada", diz.

Albino Massada Armindo, chefe da bancada da FRELIMO, também acha estranha a situação e nega haver questões ligadas a superstição ou feitiçaria. "Reabilitar é o que se faz normalmente numa casa. Não existe nenhum indicio de questões de superstição sendo uma do Estado tem que ter uma boa conservação”.

David Massochua, académico e residente da Maxixe, acredita que é preciso haver uma auditoria para se apurar as reais causas que levam o edil não viver na residência oficial: "Podemos procurar perceber se ele tem um ganho por detrás disso ou não, onde está a a viver e quais são os encargos que o município tem em torno da residência onde esta residir atualmente”.

A DW África tentou, sem sucesso, falar com o presidente do Conselho Municipal da cidade de Maxixe, tendo sido indeferido o pedido de entrevista a Fernando Bambo.