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Governo falha pagamentos e atrasa novo hospital de Inhambane

19 de novembro de 2018

Empresa responsável pela construção do novo hospital, na cidade de Maxixe, afirma que recebeu apenas 20% do financiamento previsto pelo Governo de Moçambique no Orçamento Geral do Estado. Populares pedem celeridade.

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Bloco das urgências do novo Hospital Provincial de Inhambane.Foto: DW/L. da Conceição

A construção do novo hospital, na cidade de Maxixe, província de Inhambane, no sul de Moçambique, está atrasada. As obras deveriam ter começado em 2015, mas só arrancaram no ano passado e, segundo a construtora, estão em falta os pagamentos do Governo para executar o projeto.

A Castanheira e Soares Moçambique Lda. afirma que só recebeu 20% dos cerca de 712 milhões de meticais (10 milhões de euros) previstos no Orçamento Geral do Estado para a construção do Hospital Provincial de Inhambane, uma obra promovida pela Direção de Planificação e Cooperação.

"A obra tem um desembolso dos valores meio lento", diz Simão Paruque, um dos engenheiros da construtora. "Estamos a falar do Orçamento do Estado, é por isso que estamos aqui, até hoje, a aguardar que haja mais valores".

Simão Paruque considera "pouco" os 20% recebidos até agora, lembrando que há algumas alterações a fazer aos blocos que estão em construção.

Prazos esgotados

Em declarações à imprensa, a arquiteta responsável pelo novo hospital, Tacia Alibai, confirmou que o prazo da obra está esgotado e que o projeto está ligeiramente atrasado, uma vez que falta ainda a construção de novos edifícios principais.

"O prazo da obra é de 18 meses, mas estamos ligeiramente atrasados e temos ainda em desenvolvimento as enfermarias, consultas externas, todos os edifícios técnicos como a lavandaria, a casa mortuária e a cozinha", explica. "O atraso deveu-se à falta de fundos, porque estamos a ser financiados pelo Governo".

Governo falha pagamentos e atrasa novo hospital de Inhambane

Para Fernando Laice, residente em Inhambane, a demora do novo hospital provincial é preocupante. A maior parte da população vive no campo e não tem acesso a atendimento médico adequado. Os residentes consideram, por isso, que o Governo devia esforçar-se mais para disponibilizar o dinheiro.

"É uma situação alarmante que nem devia estar a aparecer perante um Governo que é do povo. Devia haver um esforço total para a maior parte da população que está fora da cidade", diz Fernando Laice.

Ouvido pela DW, Naftal Matuce, diretor provincial de saúde em Inhambane, não falou sobre o desembolso dos valores para as obras do novo hospital, mas disse que, devido à insuficiência no orçamento, o Governo decidiu construir dois blocos, numa primeira fase, para atender casos de acidentes de viação e serviços de urgências.

"Nesta primeira fase priorizámos a construção de serviços de urgências para dar resposta aquilo que é a demanda provocada na Estrada Nacional 1", explicou.

Entretanto, a obra ainda não foi finalizada e o prazo para a entrega destes blocos terminou em agosto. A direção não avançou uma nova data.

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