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Detetadas irregularidades em empresas chinesas no Zaire

15 de julho de 2021

No Zaire, no norte de Angola, inspeções a empresas chinesas detetaram numerosas infrações e incumprimento de horários. Alguns funcionários são obrigados a trabalhar mais de oito horas sem direito a alimentação.

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Foto: DW/Pedro Borralho

Das empresas públicas e privadas inspecionadas durante o primeiro semestre do ano no município do Soyo, província do Zaire, norte de Angola, algumas específicas lideram a lista das infrações, avançou o coordenador municipal Abel Angelina.

"Durante os seis meses, inspecionamos 58 empresas e registamos muitas irregularidades em algumas empresas. As empresas chinesas têm tido muita resistência quanto aos pagamentos da segurança social", conta, acrescentando que a maioria das empresas chinesas sedeadas no Soyo "não se vergam a pagar a segurança social."

O munícipe Manuel Carlos, que já foi funcionário das empresas em questão, disse à DW África que a situação em Angola é crítica e que as empresas chinesas pagam um salário mensal 15 mil kwanzas (equivalente a 19 euros).

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"Depois da construção de uma obra tudo acaba, aquilo não é um emprego, mas sim um biscate. Nós queremos emprego, de uma empresa que no fim dá reforma, não é só o Estado que dá reforma", reclama.

Falta de fiscalização do Governo

O cidadão João Emiliano afirma que a falta de fiscalização por parte do Governo resulta nas irregularidades praticadas pelas empresas.

"A base de tudo mesmo é a fiscalização, o Estado tem que ver muito bem essa questão, porque sem a fiscalização nada feito", alerta.

Também o munícipe Pedro Matos reforça que o governo deve fiscalizar mais as empresas. "Não somente na questão da inscrição dos funcionários na segurança social, mas também as condições de trabalho menos adequadas em que trabalham os funcionários, a falta de alimentação, bem como a má remuneração", diz.

"O funcionário sofre e sofre e as empresas saem a ganhar", critica ainda Pedro Matos.