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Covid-19: Moçambique luta contra terceira vaga

Leonel Matias (Maputo)
19 de julho de 2021

Moçambique continua a registar níveis históricos da Covid-19, tendo ultrapassado já dois mil infetados num dia, segundo dados recentes. Hoje, a Direção Nacional de Saúde Pública apresentou mais dados alarmantes.

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Cidadã faz teste rápido para detetar se tem Covid-19 em Inhambane (Foto ilustrativa)Foto: Luciano da Conceição/DW

A Covid-19 continua a não dar tréguas em Moçambique, numa altura em que o país está a ser assolado pela terceira vaga da doença. Segundo as autoridades de saúde, esta vaga foi condicionada pela variante Delta, considerada mais transmissível, e por fatores humanos, nomeadamente o facto de se ter verificado, ao longo dos últimos meses, um relaxamento no cumprimento das medidas de prevenção.

Os primeiros 19 dias de julho, que coincidem com o arranque da terceira vaga, registaram um aumento do número de casos da doença em mais de 150%, comparativamente à segunda vaga, registada no primeiro trimestre deste ano. O número de internamentos hospitalares cresceu em mais de 170% e de óbitos em cerca de 200%.

Estes dados foram partilhados esta segunda-feira (19.07) com a imprensa pela diretora Nacional de Saúde Pública. Benigna Matsinhe afirma que "está a ser marcada esta terceira vaga por uma grande pressão sobre os internamentos hospitalares e a cidade de Maputo a liderar".

"Há 334 camas ocupadas, o que corresponde a 57%. A província de Maputo já ultrapassou a sua capacidade de internamento, com 42 camas ocupadas, quando só tem 40 camas para o internamento. Isso significa que muitos doentes com Covid-19 na província de Maputo terão que vir a cidade de Maputo para o internamento", explicou Matsinhe.

A vacinação contra o coronavírus em Moçambique

Cumprimento das medidas de prevenção

Benigna Matsinhe disse que só com um cumprimento rigoroso das medidas de prevenção será possível inverter o atual cenário.

"Se olharmos para a tendência que estamos a ter, de cerca de 50 novos internamentos diários, podemos rapidamente chegar a uma situação de saturação das nossas unidades sanitárias para receber doentes com Covid-19. E não é o que nós pretendemos como setor, mas também como residentes, tanto na cidade de Maputo como em todas outras províncias", disse.

Com vista a reduzir as cadeias de transmissão da doença, as autoridades agravaram as medidas restritivas no último sábado (17.07).

À DW África, o analista Osman Cossing considerou que "as medidas recentemente decretadas têm um mérito muito grande de estimularem a redução de casos de aglomeração e a adoção de outras medidas preventivas".

"Aliada a esta campanha de vacinação iniciada, nós esperamos que esta vaga não permaneça por muito tempo", disse Cossing, acrescentando: "É bem verdade que o Governo tem estado a ajustar as medidas à real situação, porém, se estes níveis de propagação continuarem com esta tendência, certamente poderemos registar alguns sinais de saturação em termos de capacidade de internamento, em particular nas cidade de Maputo, província de Maputo e outras províncias como Tete, por exemplo".

Dados oficiais divulgados esta segunda-feira (19.7) indicam que, nas últimas 24 horas, foram registados 1.373 casos positivos para a Covid-19. O número de internamentos foi de 54, de doentes recuperados, 123, e de óbitos, 20.

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